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Dívidas – parte 2: Trazendo esperança

"Quero trazer à memória o que me pode dar esperança" (Lamentações de Jeremias, capítulo 3, verso 21)

Anderson de Alcantara - 23/10/2018 10h39

Olá, amigo do Pleno.News! Espero que esteja tudo bem com você e sua família.

Hoje quero continuar com a série a respeito de dívidas, iniciada na semana passada. Então, sugiro que tenha um caderno e caneta (ou lápis) à mão, pois hoje vamos trabalhar!!!

Tendo compreendido e reconhecido os (maus) comportamentos que levam uma pessoa ou família ao círculo vicioso das dívidas, nos resta agora começar a tomar medidas eficazes que nos permitam sair desse “atoleiro” e começar a viver uma vida próspera e abundante.

Isso é possível, e não tem nada a ver com a quantidade de dinheiro que você ganha, já falamos sobre isso em artigos anteriores.

Para começarmos a melhorar esse quadro, hoje eu quero lhe trazer esperança. Sim, esperança! Pois, por pior que esteja a sua situação atual, por mais que você não consiga ver saída para o “mar de contas” que você tem à sua volta, o mais importante na sua vida financeira nesse momento é:

  1. Decidir qual será a sua atitude daqui para frente;
  2. Reconhecer que erros foram cometidos até ontem;
  3. Ser grato pelo que conquistou até aqui.

“Se você disser que terá sucesso ou que fracassará, em ambos os casos estará certo”. (Henry Ford)

Portanto, decidir mudar de situação e dar os passos necessários em direção a isso é uma coisa que cabe somente a você. Achar que apenas a leitura de livros e artigos sobre finanças (e há vasto material de qualidade por aí, sem dúvida) vai fazer uma mudança significativa na sua vida, sem que haja uma quebra de padrões e troca de hábitos, é um completo absurdo.

“A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes.” (Rita Mae Brown)

Eu começarei a acreditar que você está disposto(a) a mudar verdadeiramente de patamar de vida financeira, se você foi buscar caderno e caneta (ou lápis) quando lhe pedi logo no início deste artigo. Se não o fez, essa frase da escritora norte-americana citada acima (não, essa frase não é de autoria de Albert Einstein) se aplica perfeitamente a você.

Vamos lá?

Decidir qual será a sua atitude daqui para a frente implica em romper com os velhos hábitos e reprogramar a sua mente de um modelo de endividamento e escassez para um de enriquecimento e abundância.

Para isso eu sugiro que você (re)leia os artigos “Para onde você está indo?” e “A maldição da classe média” publicados anteriormente e faça uma reflexão no seu estilo de vida atual e o de sua família. À medida que alguns velhos e maus hábitos forem sendo substituídos pelo alívio de se quitar as dívidas e começar a se formar reservas, a percepção de prosperidade alavancará os resultados e os fará ter mais prazer com menos gastos. As férias ficam melhores, mesmo sendo em lugares mais baratos; a troca do carro passa a ser mais espaçada e racional, mas mais satisfatória; as roupas de marca menos famosas duram o tanto quanto às de grifes internacionais, e custam um terço menos.

Reconhecer que erros foram cometidos até ontem tem um pouco a ver com isso que já dissemos, mas merece uma reflexão que vai um pouco além do padrão de vida atual de vocês. Vamos fazer o seu “Inventário dos Ciclos de Vida”?

No caderno (eu não consigo conceber que você ainda esteja lendo este artigo sem ter ido pegar um caderno!) escreva esse título “Inventário dos Ciclos de Vida” no topo de uma folha nova e coloque a data de hoje.

Na primeira linha, inicie com a expressão “0 a 7 anos –” e a partir do traço comece a escrever um pequeno resumo de como foi esse período da sua história: localização geográfica, pessoas à volta, realizações, influências, circunstâncias e fatos marcantes.

Ao final, registre a influência que esse período teve na sua vida financeira atual. Ao terminar, passe para o período seguinte, sempre dessa forma:

  • 0 a 7 anos –
  • 7 a 14 anos –
  • 14 a 21 anos –
  • 21 a 28 anos –
  • 28 a 35 anos –
  • 35 a 42 anos –

Somente até você chegar no período em que se encontra atualmente. Pare por aí. Não faça “previsões para o futuro” agora.

Ao término, releia o que escreveu. O objetivo desse exercício é você compreender que forças do passado atuaram no seu comportamento atual, aproveitar o que é bom e se libertar de tudo o que for ruim. Libertar-se de lamentações, acusações, sentimentos de perda, desculpas para comportamentos compulsivos, hábitos ruins, indisciplina etc.

Ao contemplar as coisas boas do passado, identifique as situações que o levaram à vitória – na ocasião, ou mesmo anos mais tarde. Tenho certeza de que mesmo algumas circunstâncias “ruins” de seu passado lhe deram importantes lições de valor ajudaram você a superá-las e fizeram você chegar aqui hoje.

E, para finalizar: ser grato pelo que conquistou até aqui.

Um dia desses eu vi um post fantástico no Instagram, o qual repliquei imediatamente em minhas redes sociais. Ele dizia:

Nunca se esqueça do dia em que você rezava para ter o que tem hoje. (Autor desconhecido)

Que frase fantástica! Que mensagem poderosa!

Quando dei de cara com essa frase, imediatamente interrompi minha correria de tarefas e me lembrei da infância difícil, apesar dos meus pais esforçados, morando na beira do rio em uma comunidade carioca. Recordei de ter estudado como bolsista numa pequena escola mantida por uma fábrica no subúrbio do Rio de Janeiro; de ter começado como vendedor de picolés aos 12 anos de idade, e aos 15 já estar trabalhando em um grande banco, de carteira assinada, graças a vários cursos feitos no SENAC nesse meio tempo.

Agradeci imensamente a Deus pela situação atual na qual me encontro, mesmo não sendo ainda a ideal com a qual sonhei para mim e meus familiares. Mas infinitamente muito mais abençoada do que aquela em que vim ao mundo.

Mais um exercício: Escreva no caderno 50 motivos de gratidão.

Sim! 50. Quaisquer motivos. Parece absurdo e difícil, mas não é. Além de ser um exercício maravilhoso.

Assim que você terminar de ler este artigo, foque em realizar essa tarefa. Abra uma nova folha e comece agradecendo por sua vida, pela de seus familiares, por sua casa, por seu trabalho, por seus amigos… Pronto! Só de lhe explicar a tarefa já lhe dei 10% dela pronta! Agora é com você.

Ao final, faça uma oração/meditação e faça um voto pessoal de ser frequentemente mais grato à vida e a tudo o que tem sido proporcionado a você, em vez de se lamentar por aquilo que não tem.

Esse é um hábito chave poderoso e fará muitas portas se abrirem na sua vida daqui por diante.

Semana que vem voltaremos com mais exercícios voltados à solução das dívidas. E, aí sim, começaremos a atacá-las de frente. Hoje era preciso, primeiramente, dar essa “reanimada” em você. ☺️

Caso você tenha alguma questão ou dúvida relacionada a finanças pessoais, envie-a para redacao@plenonews.com.br, eu terei o maior prazer em responder e tentar lhe ajudar.

Forte abraço, até semana que vem. Sucesso e fique em paz!

Anderson de Alcantara é profissional do mercado financeiro há 29 anos, atua como Consultor Financeiro na Sukses Consulting Advisory e é Professor Titular do Ministério Videira – Educação Financeira à luz da Bíblia.
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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