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Xi e Putin se encontram para reforçar aliança contra Ocidente

É a primeira viagem internacional do líder chinês desde o início da pandemia

Thamirys Andrade - 15/09/2022 09h45 | atualizado em 15/09/2022 12h50

O presidente russo Vladimir Putin se reúne com o presidente chinês Xi Jinping à margem da 22ª Cúpula de Chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai Foto: EFE/EPA/ALEXANDR DEMYANCHUK / SPUTNIK

O presidente da China, Xi Jinping, chegou ontem ao Usbequistão, onde se reunirá com seu colega russo, Vladimir Putin. É a primeira viagem internacional de Xi desde o início da pandemia e o primeiro encontro com Putin desde a invasão da Ucrânia. Os dois devem discutir a “parceria sem limites” acertada por eles em fevereiro, em Pequim.

O motivo da viagem é uma cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), um bloco criado pela China, em 2001, que reúne Rússia e países da Ásia Central. A reunião ocorre no momento em que os dois – Xi e Putin – enfrentam desafios domésticos.

Xi tenta fortalecer sua imagem na busca por um terceiro mandato, no congresso do partido, em novembro, em meio à desaceleração econômica causada pelos rigorosos lockdowns para conter a Covid. Putin está cada vez mais atolado na Ucrânia, suas tropas vêm batendo em retirada em algumas partes do país, criando um crescente descontentamento interno com a guerra.

DIPLOMACIA
Xi e Putin têm um inimigo comum: os Estados Unidos e seus aliados ocidentais. Por isso, um eixo Moscou-Pequim faz sentido do ponto de vista diplomático. No entanto, um apoio ainda maior da China à Rússia parece improvável, segundo analistas.

– Xi vem caminhando na corda bamba em relação à Rússia. Ele quer demonstrar apoio, mas a invasão da Ucrânia está ficando embaraçosa demais – disse Rana Mitter, professora da Universidade de Oxford.

Evan Feigenbaum, analista do Carnegie Endowment for International Peace, diz que a China vem tentando se aproximar dos países da Ásia Central, muitos dos quais fizeram parte da União Soviética e se sentiram ameaçados pela Rússia após a invasão da Ucrânia.

– Por isso, o dilema de Xi é apoiar Putin, mas não a ponto de afastar os países da Ásia Central. Além disso, não faz muito sentido aumentar o apoio ainda mais no momento em que a Rússia bate em retirada na Ucrânia – disse Feigenbaum.

NECESSIDADE
As derrotas na Ucrânia e as sanções ocidentais tornaram o apoio chinês ainda mais importante para a Rússia. A China se transformou no grande comprador de commodities russas, o que ajuda a reabastecer os cofres do Kremlin.

Por mais que Xi queira ajudar Putin, fornecer ajuda adicional, seja econômica ou militar, aumenta o risco de conflito com as sanções ocidentais e põe em perigo a economia chinesa.

– A China continuará a se alinhar com a Rússia, o que decorre do atual estado das relações com os EUA – disse Yun Sun, diretor do Centro Stimson, de Washington.

Além disso, para a China, Moscou é um parceiro fundamental quando se trata de neutralizar a influência americana no cenário internacional.

– Mas a Rússia enfraquecida pela guerra não é uma má notícia para a China, que ficará mais dominante na relação bilateral – disse Sun.

No entanto, segundo ele, Moscou e Pequim continuam sendo rivais em alguns temas, como a disputa por influência na Ásia Central.

*AE

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