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Weinstein pega 23 anos de prisão por abuso e estupro

Ex-produtor chegou à audiência em cadeira de rodas e algemado

Pleno.News - 11/03/2020 14h27

Harvey Weinstein foi condenado a 23 anos Foto: Reprodução

O ex-produtor de cinema Harvey Weinstein, de 67 anos, foi condenado, nesta quarta-feira (11), a 23 anos de prisão por abuso sexual e estupro, seguidos de cinco anos de supervisão fora das grades. O julgamento aconteceu na cidade de Nova York.

Weinstein chegou à audiência de cadeira de rodas e algemado. Sete mulheres que testemunharam contra ele também estavam presentes. Contrariando o que era esperado, o ex-produtor se manifestou na Corte e afirmou, em referência às mulheres que o acusam, que teve “momentos maravilhosos com essas pessoas”.

– Há tanta gente, milhares de pessoas, que diriam coisas ótimas sobre mim – acrescentou.

Um dos nomes mais influentes de Hollywood nas últimas décadas, ele enfrentava cinco acusações relacionadas a crimes sexuais. Um júri formado por sete homens e cinco mulheres decidiu, no dia 24 de fevereiro, condená-lo por duas delas, e o inocentou da mais grave, a de comportamento sexual predatório, que podia levá-lo à prisão perpétua.

Nesta terça (10), em um último esforço para aliviar a pena de seu cliente, os advogados de Weinstein enviaram uma carta ao juiz James Burke, da Suprema Corte, pedindo que o magistrado o condenasse a apenas cinco anos de prisão.

O apelo, em parte, deu certo, o ex-produtor se livrou da pena máxima de 29 anos que enfrentava. Mas não conseguiu ser autorizado a cumprir suas penas simultaneamente.

Agora, ele deve ser enviado a um centro de detenção provisório, onde passará por exames médicos e odontológicos, terá seu cabelo e barba raspados e receberá orientações sobre a nova vida -incluindo um vídeo e um panfleto sobre prevenção de abuso sexual na cadeia.

Em seguida, ele será transferido para a instalação onde cumprirá a pena. De acordo com o jornal The New York Times, a penitenciará escolhida fica no norte do estado de Nova York.

Nesta terça, ainda vieram à tona documentos do processo que atestam que Weinstein disse que Jennifer Aniston “deveria ser morta”, depois de descobrir que uma revista planejava publicar que ele havia assediado a atriz.

Os papéis ainda mostram que ele mantinha uma lista de pessoas que poderiam falar com jornalistas sobre seu comportamento, como o ator Ben Affleck, e que abordou poderosos do mundo corporativo em busca de ajuda, como Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, Ted Sarandos, diretor de conteúdo da Netflix, Jeff Bezos, dono da Amazon, e Tim Cook, presidente-executivo da Apple.

As denúncias contra o ex-produtor serviram de gatilho para o movimento MeToo, que incentivou dezenas de mulheres a irem a público falar sobre casos de assédio sexual que sofreram.

Dois desses casos tiveram como consequência a sentença que Weinstein enfrentou nesta quarta, o de Jessica Mann, que o acusou de estuprá-la num hotel em 2013, e o de Miriam Haley, que o denunciou por ter praticado sexo oral nela à força em 2006.

– Ainda há muito a ser dito sobre abuso e manipulação. Não me perguntaram sobre as consequências e a destruição que ele [Weinstein] causou na minha vida – disse Mann, antes da leitura da sentença.

Haley também se manifestou.

– Ele me atacou com força física, sem levar em conta qualquer coisa que eu dizia, meus protestos, minha resistência física. Me assustou profundamente, mentalmente, emocionalmente, talvez para sempre – declarou.

A defesa de Weinstein tentou desacreditar as acusadoras, dizendo que elas transaram com o produtor para progredir em suas carreiras. Os advogados do produtor tentaram mostrar que as vítimas tiveram contatos amigáveis e fizeram sexo de forma consensual com ele depois dos crimes. O júri discutiu o caso por cinco dias e concluiu pela condenação.

Outras alegações contra o magnata de Hollywood já prescreveram, não se enquadram na jurisdição de Nova York ou envolvem comportamento abusivo, mas não criminal. Weinstein ainda enfrenta acusações semelhantes em Los Angeles.

*Folhapress

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