Vestida de Evita, brasileira pede alívio da dívida para Argentina
Ativista, chamada Lucia, estava acompanhada por dois violinistas e um coro de sete pessoas
Pleno.News - 08/04/2021 17h19 | atualizado em 08/04/2021 17h57

Vestida como a ex-primeira-dama da Argentina Eva Perón, uma ativista brasileira da ONG Avaaz fez uma performance, nesta quinta-feira (8), em frente à sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington (EUA). O ato pedia a redução, ou até a eliminação, da dívida externa da Argentina e de outros países emergentes.
Usando peruca loira e um vestido branco, a ativista, chamada Lucia, estava acompanhada por dois violinistas e um coro de sete pessoas. Ela cantou uma versão adaptada, em inglês e espanhol, da música Don’t Cry For Me Argentina, da opera-rock Evita, de 1976, que também é lembrada pela interpretação de Madonna no filme de 1996, com base na peça.
A versão espanhola foi intitulada No Cedas a La Codicia, Kristalina [Não ceda à ganância, Kristalina], uma referência à diretora gerente do FMI, Kristalina Georgieva, e pedia a implementação de um sistema para reduzir ou cancelar a dívida externa das nações emergentes.
A ideia é que o FMI cancele a dívida externa com o argumento de que os países emergentes já estão dando uma enorme contribuição à saúde do planeta com seus recursos naturais, algo pelo qual ainda não foram reconhecidos, afirmou a ativista brasileira.
– Temos que parar de pensar apenas em dinheiro e começar a pensar fora da caixa, para ajudar as gerações futuras – disse ela.
Lucia contou ainda que ela e os outros ativistas prepararam a apresentação há uma semana e que é “uma maneira divertida de chamar a atenção para uma questão importante”.
Durante o protesto, de uma hora de duração, “Evita” acenava para os transeuntes e cantava, enquanto outros ativistas agitavam pequenas bandeiras argentinas.
A ação ocorreu bem em frente à sede do FMI, que estava quase deserta, porque a assembleia de primavera (no hemisfério norte), realizada com o Banco Mundial, está acontecendo em caráter virtual neste ano por causa da pandemia de Covid-19.
Na quarta-feira (7), Georgieva afirmou que não descarta um acordo entre o FMI e a Argentina para refinanciar a dívida do país com a instituição, de cerca de 44 bilhões de dólares (R$ 245 bilhões), antes das eleições legislativas de outubro.
Em 2018, o FMI aprovou um empréstimo de 56,3 bilhões de dólares (R$ 312 bilhões) à Argentina, então governada por Mauricio Macri. Porém, com a vitória de Alberto Fernández nas eleições de 2019, o novo governo se recusou a aceitar mais recursos do que os 44 bilhões já recebidos e anunciou conversas com o FMI para chegar a um acordo, a fim de atrasar o pagamento do empréstimo.
*Com informações da Agência EFE
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