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Maduro já havia divulgado o antiviral no Twitter como uma "cura milagrosa" para a doença

Pierre Borges - 26/03/2021 17h29

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: EFE/Prensa Miraflores

A ONG Una Ventana a la Libertad (UVL), que defende os direitos dos presos na Venezuela, divulgou nesta sexta-feira (26) que autoridades locais começaram a fornecer Carvativir, um antiviral de eficácia questionada contra Covid-19, para cerca de 200 detentos em uma prisão no estado de La Guaira. Maduro divulgou o antiviral no Twitter como uma “cura milagrosa” para a doença.

– Os médicos lotados na Secretaria de Segurança Cidadã fornecerão (aos internos) 15 gotas de Carvativir por dia durante sete dias, além de multivitamínicos durante cinco dias – disse Andrés Gonçalves, secretário de Segurança Cidadã da cidade, localizada na região costeira próxima a Caracas.

A informação foi fornecida pelo mesmo funcionário através de sua conta na rede social Instagram, em que publicou diversas fotos e vídeos que dão conta de uma jornada de atendimento à população carcerária, entre os quais homens, mulheres e adolescentes.

A atividade, explica Gonçalves, incluiu a desinfecção com benzoato de benzila para doenças da pele e a disseminação do hipoclorito de sódio nas células “como parte da prevenção da disseminação da Covid-19 entre a população privada de liberdade”.

Segundo as autoridades, com esta tarefa procuram evitar e eliminar a cadeia de contágios desta doença “para que não chegue a estes setores”, mas a UVL avisa que ocorreu depois de um recluso daquela prisão apresentar sintomas da Covid-19, por isso foi transferido para outro local.

– Embora o caso não tenha sido confirmado pelas autoridades locais, fontes do centro de detenção preventiva garantem que é um caso positivo, por isso passaram a atender toda a população carcerária – afirma a ONG.

A Venezuela vive uma nova onda de pandemia em meio à qual aumentaram as infecções e as mortes, totalizando 154.165 e 1.532, respectivamente, enquanto o país só recebeu vacinas para imunizar menos de 3% de sua população.

Enquanto isso, o governo distribuiu milhares de frascos de Carvativir em todo o país, um antiviral extraído do tomilho que o presidente venezuelano ordenou que fosse aplicado a pacientes com Covid-19 como tratamento complementar.

A Academia Nacional de Medicina pediu ao governo que publique os estudos que mostrem a eficácia deste medicamento, o que não aconteceu, embora Maduro faça questão de qualificar este remédio como “milagroso”.

*EFE

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