Leia também:
X EUA e China assinam “fase 1” de acordo comercial

Venezuela: Oposição denuncia cerco militar a parlamento

Deputados também denunciaram ataques de milícias

Pleno.News - 15/01/2020 21h03

Soldados próximos ao Parlamento da Venezuela Foto: EFE/ Rayner Peña R.

Deputados venezuelanos denunciaram nesta quarta-feira (15) um cerco de militares à sede do parlamento em Caracas, além de agressões de milícias apoiadoras do regime de Nicolás Maduro a seus carros nos arredores do edifício.

“O regime volta a militarizar o Palácio Federal Legislativo para impedir sessão da Assembleia junto aos professores venezuelanos”, disse um post publicado pela conta oficial do parlamento no Twitter, trazendo fotos de soldados na entrada do prédio.

Em seguida, foram publicadas fotos de civis armados que, segundo o post, são paramilitares ligados ao governo e também vigiavam a área, além de uma imagem de dezenas de motocicletas que pertenceriam a esses coletivos, como são chamadas as milícias pró-governo.

O Centro de Comunicação Nacional, ligado ao opositor Juan Guaidó, noticiou que estavam ocorrendo ataques a jornalistas e deputados que se dirigiam à Assembleia.

Um vídeo mostra o carro pertencente a Guaidó sendo atacado por um homem com um cone. Em seguida, outro homem joga um objeto, que quebra o vidro do veículo -onde, segundo a publicação, estavam outros parlamentares.

A deputada Delsa Solorzano tuitou:”Estão disparando no nosso carro”.

Renzo Prieto, outro deputado, escreveu: “Nesse momento nos disparam nos arredores do Palácio Legislativo da nossa Assembleia Nacional”. Foram publicadas fotos que seriam dos veículos atacados pelas milícias.

O deputado opositor Julio Borges, exilado em Bogotá, emitiu um comunicado “alertando o mundo sobre o atentado de paramilitares de Maduro” com armas de fogo.

Com o cerco, Guaidó e deputados da oposição realizaram a sessão parlamentar no bairro de El Hatillo, transmitida pelas redes sociais, com grande presença de docentes -15 de janeiro é o dia dos professores na Venezuela.

– Não vamos arriscar as vidas dos deputados – disse Carlos Propseri, um dos deputados que estava no veículo atacado, ao explicar porquê o local da seção foi alterado.

O número 2 do chavismo, Diosdado Cabello, elogiou os ataques durante uma sessão na qual chamou a oposição de “louca” e “acabada”. Dirigindo-se aos parlamentares pró-governo, disse: “Sinto orgulho porque este é um grupo que defende esses espaços pertencentes à Revolução Bolivariana”, referindo-se ao movimento socialista iniciado pelo antecessor de Maduro, Hugo Chávez.

O jornalista Daniel Blanco, que colabora para vários veículos, escreveu que ao menos 30 profissionais de imprensa foram atacados pelos coletivos na região em volta da Assembleia. “Alguns conseguimos fugir. Outros foram agredidos e roubados.”

O país vive um impasse em relação ao comando da Assembleia Nacional, com o regime de Nicolás Maduro e a oposição tendo realizado eleições separadas que apontaram duas pessoas diferentes para comandar a Casa em 2020.

O ditador anunciou o deputado Luis Parra como novo líder, após uma votação realizada com a sede do Legislativo cercada pela polícia -e chamada de “golpe parlamentar” pelos opositores.

Horas depois, a oposição fez uma sessão alternativa com a presença de cem deputados e reelegeu Juan Guaidó presidente da Casa.

No último dia 7, já havia ocorrido um embate entre os chavistas e a oposição na sede do parlamento. Guaidó foi proibido de entrar na Assembleia, bateu boca com militares e, após algum tempo, forçou sua entrada no local.

Lá dentro, conseguiu formalizar os cem votos favoráveis à sua reeleição e fazer novamente o juramento como líder do parlamento por mais um ano.

*Folhapress

Leia também1 EUA e China assinam "fase 1" de acordo comercial
2 Brasil recebe com satisfação apoio dos EUA para a OCDE

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.