Vaticano considera ordenar homens casados como padres
Medida, se aprovada, valerá apenas para regiões remotas da Amazônia
Jade Nunes - 17/06/2019 14h58

O Vaticano publicou um documento, nesta segunda-feira (17), aconselhando a Igreja Católica a considerar a ordenação de homens mais velhos, casados e que tenham famílias constituídas, como padres em regiões remotas da Amazônia. A medida é voltada, preferencialmente, para aqueles que possuem ascendência indígena.
Além disso, o documento pede que seja identificado algum tipo de ministério oficial que possa ser dirigido às mulheres.
De acordo com informações de agências internacionais, esse texto do Vaticano é a menção mais clara à possibilidade de que homens casados possam ser padres. Hoje, eles têm autorização para exercer a função de diáconos — o diaconato é um dos ministérios da Igreja.
– Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã – afirma a instituição em um dos trechos.
O documento faz parte do Sínodo dos Bispos, evento marcado para outubro, no Vaticano. O objetivo é discutir a presença da Igreja Católica na região amazônica.
A possibilidade de homens casados serem ordenados foi levantada pelas próprias comunidades da Amazônia, explica Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima e segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
– Teremos a possibilidade maior de ministros ordenados nas próprias comunidades, e, assim, maior frequência das celebrações eucarísticas. Há interesse e capacidade. Muitos homens podem ser catequistas ou evangelizadores – explica o bispo ao portal G1.
Leia também1 Ex-presidente do Egito morre em audiência em tribunal
2 Israel homenageia Trump com assentamento judaico
3 Apagão deixa Argentina e Uruguai sem energia