Turquia vai às urnas, e pesquisas apontam derrota de Erdogan
Islamita está no poder há duas décadas
Pleno.News - 14/05/2023 14h42 | atualizado em 15/05/2023 16h46

Os colégios eleitorais na Turquia fecharam neste domingo (14) às 17h (horário local, 11h de Brasília), após nove horas de votação para eleger os 600 deputados do Parlamento e o novo presidente.
As pesquisas apontam para uma derrota, se bem que por pouca diferença, do atual mandatário, o islamita Recep Tayyip Erdogan, após duas décadas no poder.
O dia da eleição passou sem incidentes.
A junta central eleitoral informou que um membro de uma assembleia de voto morreu, e a oposição denunciou algumas irregularidades e suposta manipulação de votos.
Diferentes fontes e meios de comunicação informam que a participação será maior do que o habitual, em um país onde costuma ultrapassar os 80%.
Canan Kaftancioglu, presidente do partido social-democrata CHP, principal partido da oposição, garantiu, por exemplo, que em Istambul a participação pode chegar a 90%.
Cinco milhões de jovens, 8% do eleitorado, votaram pela primeira vez nestas eleições, e estudos demográficos indicam que a maioria optaria pela oposição.
PESQUISAS
As últimas pesquisas preveem uma vitória apertada do líder da oposição, o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu sobre Erdogan, embora seja possível que nenhum deles consiga a maioria absoluta neste primeiro turno das eleições presidenciais que evitaria um segundo turno em duas semanas.
Um terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, não obterá mais de 3%, o suficiente para subtrair aos dois candidatos com opções os votos necessários para atingir essa maioria.
Nas eleições parlamentares, as pesquisas consideram improvável que a coligação do partido de Erdogan, o islamita AKP, com o ultranacionalista MHP renove a sua maioria absoluta, embora a aliança do social-democrata CHP com o nacionalista IYI também não a alcance. Assim, o partido de esquerda HDP seria decisivo.
CAMPANHA ELEITORAL TENSA
A campanha eleitoral foi muito tensa, com Erdogan chegado a comparar estas eleições com o fracassado golpe de Estado que sofreu em 2016. As declarações têm despertado receios de que o presidente não aceite uma eventual derrota, ou de que os seus apoiadores provoquem motins que dificultem uma transferência ordenada de poder.
Diante desses comentários, o próprio Erdogan afirmou na sexta-feira (13) que aceitará qualquer resultado democraticamente.
As notícias relacionadas com as eleições não podem ser divulgadas até as 18h (horário local, 12h de Brasília), e a imprensa está proibida de divulgar os resultados até as 21h (horário local, 15h de Brasília), embora o Conselho Eleitoral Comissão possa suspender esse veto mais cedo.
*EFE
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