Leia também:
X Tempestade de neve deixa mortos nos Estados Unidos

Submarino argentino sumido há um ano é localizado

Objeto foi encontrado a 800 metros de profundidade no Oceano Atlântico

Jade Nunes - 17/11/2018 10h32 | atualizado em 17/11/2018 22h48

A empresa americana Ocean Infinity localizou no Oceano Atlântico o submarino ARA San Juan, que estava desaparecido desde 15 de novembro de 2017 com 44 tripulantes a bordo, informaram neste sábado (17) a Marinha Argentina e o Ministério de Defesa. A notícia comoveu os familiares das vítimas.

O submarino foi localizado a 800 metros de profundidade após dois meses de busca com o navio Seabed Construtor, que contém cinco Veículos Submarinos Autônomos capazes de operar a até 6 mil metros de profundidade, um laboratório informático de última geração, duas classes de robôs, guindastes, heliporto e lanchas rápidas.

A empresa iria abandonar as buscas nesta semana, a princípio por alguns meses, até que nas últimas horas decidiu voltar a revisar diversos pontos documentados e se dirigiu ao local onde o aparelho estava.

O último paradeiro conhecido da embarcação foi a 432 quilômetros do litoral argentino, quando voltava de exercícios militares realizados no Ushuaia.

Familiares dos 44 tripulantes afirmaram neste sábado à Agência Efe estar “muito chocados” com a aparição.

– É muito impactante. Graças a Deus eles estão em paz – contou Marta Vallejos, irmã de Celso, um dos tripulantes da Marinha da Argentina que viajavam na embarcação.

Esta notícia chega um dia depois da homenagem, com emocionantes atos em Mar del Plata, do primeiro aniversário da falta de notícias do submarino, nos quais os entes queridos dos 44, além de homenageá-los, exigiram que prosseguissem com a busca, ao mesmo tempo que o presidente do país, Mauricio Macri, mostrou seu compromisso para conhecer a verdade.

Grande parte das famílias – que procedem de diferentes pontos do país – receberam durante a madrugada a notícia no hotel que a Marinha disponibilizou para eles na cidade de Mar del Plata.

– Um dia 15 nos tirou eles e um dia 15 os trouxe outra vez! Tantos sentimentos temos nestes momentos, pedimos respeito para eles. #44herorespresentes#arasanjuan – escreveram os familiares no Twitter.

Pouco depois da 1h local (2h, em Brasília), o Ministério de Defesa e a Marinha informaram que a Ocean Infinity achou o submarino após analisar um objeto de 60 metros de comprimento que tinha sido detectado previamente por sensores.

A companhia americana, que cobrará 7,5 milhões de dólares (cerca de R$ 28 milhões) pela localização – o contrato com o Governo estabelecia que só obteria o pagamento se encontrasse o submarino, com um prazo mínimo de dois meses -, especificou que o submarino estava a cerca de 600 quilômetros da cidade de Comodoro Rivadavia.

Jorge Villarreal, pai de Fernando, um dos tripulantes, destacou que já na manhã de sexta-feira os familiares haviam sido comunicados de que “havia indícios” de que o ponto registrado coincidia “com 70% a 80% com as caraterísticas do submarino”.

– Mas, às vezes, se dizia o mesmo e eram formações rochosas. Nos chama a atenção que justo nesse ponto tinham passado e não o encontraram – reconheceu, fazendo referência à intensa busca dos primeiros meses.

Nestes mais de 365 dias, as pessoas próximas dos submarinistas, em meio à dor por não saberem o que aconteceu, se mostraram muito críticas com o Governo e a Marinha pelo modo de atuação na busca e a investigação do ocorrido e muitos foram os momentos de tensão com membros do Executivo de Macri.

Na última comunicação, nas primeiras horas de 15 de novembro de 2017, o comandante do San Juan tinha informado que tinha ocorrido um princípio de incêndio em um compartimento de baterias pela entrada de água do submarino, um problema que segundo a Marinha foi resolvido e o submarino pôde seguir viagem.

A busca no oceano se delimitou principalmente a uma zona onde várias agências internacionais haviam apontado para a detecção de uma explosão horas depois do desaparecimento da embarcação.

– Vamos seguir passo a passo e sempre à disposição da justiça para poder esclarecer o que aconteceu – disse hoje o porta-voz da Marinha Rodolfo Ramallo, que destacou que a embarcação foi encontrada na área 1, onde o corpo militar “informou sobre a última comunicação do submarino”.

As circunstâncias em torno do princípio “de incêndio” e as condições nas quais a embarcação se encontrava – foi fabricada na Alemanha, incorporada à Marinha argentina em 1985 e submetida a uma reparação de média vida entre 2008 e 2014 – estão sendo investigadas pela Justiça.

Também uma comissão parlamentar analisa, mediante os testemunhos de membros da Marinha e outras autoridades, os pormenores do desaparecimento.

*Com informações da Agência EFE

Leia também1 Tempestade de neve deixa mortos nos Estados Unidos
2 Presidente de Portugal comenta conflitos entre países
3 Mãe que escondeu filha por 2 anos é condenada

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.