Síria: Opositores tiram armas de área desmilitarizada
Armamentos pesados não ficarão mais na área de Idlib
Ana Luiza Menezes - 08/10/2018 16h48
Nesta segunda-feira (8), facções opositoras ao governo do presidente da Síria, Bashar al Assad, retiraram quase todas as armas pesadas da área desmilitarizada estipulada entre Turquia e Rússia na província síria de Idlib. A ação ocorreu a dois dias do fim do prazo fixado para a retirada.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos indicou hoje que a zona de desmilitarização entre Rússia e Turquia já está quase sem armas pesadas, tanques e morteiros, entre outros armamentos do mesmo tipo. As facções insurgentes retiraram em segredo essas armas pesadas da região e as esconderam nos montes da província de Latakia.
No dia 17 de setembro, Rússia e Turquia fizeram um acordo para criar um cordão desmilitarizado de 15 a 20 quilômetros ao redor da província de Idlib, além de algumas áreas nas províncias de Aleppo, Hama e Latakia, que estaria patrulhado por forças conjuntas. O acordo prevê que as facções armadas e o exército sírio se retirem antes de 10 de outubro para que a área esteja pronta para o dia 15, quando entrará em vigor o pacto.
Tal medida adiou a iminente ofensiva das forças leais a Assad contra a última província que continua sob o controle da oposição armada. Por sua vez, o líder da facção Exército da Vitória, Abdel Muin al Masri, cujo grupo opera com o apoio do opositor Exército Livre Sírio (ELS), disse à Agência Efe que os opositores estão comprometidos a continuar com o acordo de maneira pacífica para chegar a uma solução.
Segundo a agência de notícias turca Anadolu, as milícias rebeldes dizem já ter completado a retirada de armamento pesado enquanto o exército da Turquia enviou reforços à região para patrulhar a faixa desmilitarizada.
Organismos internacionais e inclusive as Nações Unidas pediram aos russos, que apoiam o regime de Assad, e aos turcos, que respaldam as facções opositoras, que encontrem uma solução política para evitar uma ação militar que causaria uma catástrofe humanitária.
*Com informações da Agência EFE
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