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Metade das crianças sírias só conhece a guerra

Dados do UNICEF revelam realidade alarmante no país que está há quase 8 anos em conflito

Ana Luiza Menezes - 03/01/2019 15h32 | atualizado em 03/01/2019 16h01

Crianças sírias Foto: UNICEF/Romenzi

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), metade das crianças da Síria cresceu conhecendo apenas uma vida de violência. Em março, o país vai completar 8 anos de conflito.

– Toda criança de 8 anos na Síria está crescendo em meio a perigo, destruição e morte – declarou a diretora-executiva do UNICEF, Henrietta Fore.

Fore defende que as crianças sírias precisam voltar à escola, receber suas vacinas e se sentir seguras e protegidas. Quatro milhões de crianças nasceram na Síria desde o começo do conflito, que atingiu todas as partes do país.

Em Douma, na região de Ghouta Oriental, o cerco chegou a um fim em abril, após cinco anos de bombardeios. Famílias deslocadas estão voltando à região, onde a ameaça de aparatos não detonados ainda é ampla. Desde maio de 2018, 26 crianças foram mortas ou feridas por restos de explosivos da guerra, somente nessa região do país.

A ONU declarou o ano de 2017 como o mais mortal para crianças sírias, visto que 910 morreram em conflitos. A verificação de números adicionais continua, e estes dados podem ser “somente a ponta do iceberg”, segundo o Mecanismo de Monitoramento e Relatos para a Síria.

GUERRA AFETOU A EDUCAÇÃO
A diretora do UNICEF afirmou ainda que em Douma pessoas estão criando suas famílias em meio a destroços, lutando por água, comida e calor no clima de inverno. De acordo com ela, a situação está criando uma mentalidade defensiva e de desconfiança entre as crianças.

– Desde que o conflito começou, crianças e jovens têm se tornado cada vez mais violentos. Bullying, assédios, agressões, casamentos precoces – todas estas formas de violência aumentaram. Crianças e jovens veem violência ao redor deles em todos os lugares e veem isto como normal – disse uma jovem de 15 anos, que frequenta um centro onde meninos e meninas aprendem como se defender da violência.

PRIMEIRA SÉRIE AOS 17 ANOS
Danos por conta da guerra deixaram ao menos 500 das escolas da região em necessidade de reparos. Crianças estão perdendo a educação. O UNICEF afirmou que alunos da primeira série têm idade variando entre 6 e 17 anos, e perto de um terço dos estudantes está abandonando as escolas no país.

Henrietta afirmou que consolidar educação de qualidade para motivar crianças a irem à escola é necessário. Ela defende que na escola as sementes da coesão social são plantadas primeiro.

MEDIDAS URGENTES
O UNICEF destacou que alcançar crianças, independentemente de onde estejam, e auxiliá-las em suas necessidades imediatas e futuras, permanece uma prioridade. A agência está intensificando seus serviços de apoio em saúde, nutrição e proteção infantil. Isto inclui auxílios a escolas, implementação de programas de aprendizagem para alunos que perderam anos de educação, treinamento de professores e reparos de sistemas de água e esgoto.

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