Sauditas condenam 5 à morte por assassinato de jornalista
Jamal Khashoggi foi executado em outubro de 2018, no consulado da Arábia Saudita na Turquia
Paulo Moura - 23/12/2019 11h41 | atualizado em 23/12/2019 11h42
A Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (23), que cinco pessoas foram condenadas à morte em primeira instância por participação ou cumplicidade na execução, em outubro de 2018, do jornalista Jamal Khashoggi no consulado do país em Istambul, na Turquia.
O porta-voz da Procuradoria-Geral saudita, Shalaan al Shalaan, que fez o anúncio, também disse em entrevista coletiva que Saoud al Qahtani, conselheiro do príncipe Mohamed bin Salman; o vice-diretor do serviço secreto do país, Ahmed Asiri; e o cônsul Mohamed al Otaibi foram liberados por falta de provas. Os três eram as principais personalidades processadas no caso.
Outras três pessoas foram condenadas por encobrirem o crime, mas al Shalaan limitou-se a informar que a soma das penas dos três é de 24 anos de prisão, sem especificar quanto tempo corresponde a cada uma e nem revelar suas identidades.
O porta-voz da Procuradoria também declarou que as investigações mostraram que não havia intenção de matar Khashoggi, já que os réus e a vítima não eram “inimigos”, e que familiares do jornalista e representantes do governo da Turquia puderam assistir às audiências do caso.
Khashoggi, um jornalista moderadamente crítico do governo da Arábia Saudita e colunista do jornal americano “The Washington Post”, foi executado em 2 de outubro de 2018 no consulado do país em Istambul. Ele havia ido à legação para para pedir documentos para que pudesse se casar com a namorada, cidadã turca.
Embora as Nações Unidas e o Senado dos Estados Unidos tenham responsabilizado diretamente o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman pelo crime, o homem forte do reino não foi processado.
*Agência EFE
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