Pleno.News - 09/11/2020 21h52 | atualizado em 10/11/2020 10h22

A Rússia anunciou que em duas semanas divulgará dados sobre a eficácia da vacina contra a Covid-19 desenvolvida no país, chamada Sputnik V. Os dados prometidos são da terceira fase dos estudos. O país disse ainda que compartilhará as informações com o órgão regulador da Argentina, visando o envio do medicamento no primeiro trimestre de 2021.

A informação foi dada por Kirill Dmitriev, diretor-geral do Fundo Russo de Investimentos Diretos, e Denis Logunov, diretor-adjunto do Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya.

Logunov é responsável pela equipe de desenvolvimento da vacina. Ele e Dmitriev deram declarações durante entrevista coletiva, depois que a Rússia lançou uma campanha de informação sobre a vacina em redes sociais.

Em referência às críticas contra a vacina russa, as autoridades afirmaram que o medicamento está sendo atacado por razões geopolíticas. A população russa já está sendo vacinada. Kirill disse que ele e sua família, por exemplo, já foram vacinados.

– A vacina tem mostrado índices de eficácia. Em dez dias, os protocolos dos testes clínicos serão publicados. E, em duas semanas, dados sobre a eficácia da vacina. Vamos dar todas as informações da terceira fase ao regulador na Argentina, não apenas quando estiver concluída, mas durante o seu desenvolvimento – disse Kirill.

Ele explicou que a primeira dose foi testada em 20 mil voluntários, enquanto a segunda, em 15 mil. No entanto, a Argentina receberá a informação de 10 mil, e depois de 20 mil participantes para que sejam repassadas todas as informações quando a fase clínica estiver concluída.

– Na Argentina, forneceremos 25 milhões de doses no primeiro trimestre do próximo ano. Tudo tem que ser aprovado pelo regulador. O presidente, Alberto Fernández, disse que receberia 10 milhões de vacinas a partir do final de dezembro – detalhou Kirill.

Ele ressaltou que o regulador argentino “determinará os prazos para o fornecimento da vacina”.

PRODUÇÃO LOCAL E INTERNACIONAL
Kirill disse esperar que os dados preliminares sobre a vacina estejam disponíveis em novembro, com produção total prevista para fevereiro próximo. Já Logunov acrescentou que logo transferirá tecnologia para quatro parceiros estratégicos, de modo a alcançar 1,5 milhão de doses até o final do próximo mês. A previsão é de 5 a 6 milhões de doses por mês a partir do ano que vem. Atualmente, a vacina é produzida para o território russo.

A Rússia também irá transferir tecnologia para plataformas na Índia, na China e na Coreia do Sul para aumentar a produção. Kirill disse que a Rússia pode garantir a transferência de tecnologia para localizar a produção se as empresas argentinas estiverem interessadas.

– A Argentina e será um dos primeiros países a ser protegido pela vacinação de sua população – declarou Kirill.

Segundo Logunov disse, a vacina não é cara.

– Para as pessoas, os preços serão comparáveis e compatíveis com outros preços no mundo. Tenho certeza de que todos os produtores não vão estar muito à frente dos outros nos preços. Não temos que ser muito caros. Não se trata de uma estrutura comercial. Não precisamos obter uma grande vantagem. É o preço da eficiência que é maior – comentou.

De acordo com Logunov, para que o efeito dure, são necessárias duas doses. É esperado um efeito prolongado da imunidade “que não poderia ser inferior a um ano”, com base em precedentes com outras vacinas (mencionou a doença MERS).

Enquanto isso, os efeitos adversos são: dor no local de aplicação, dor de cabeça e febre. Logunov disse que os resultados serão recebidos em cerca de duas semanas e que a Rússia fará a publicação científica uma semana depois. Para maior visibilidade, os dados estarão em inglês, em mídia de língua inglesa, na revista The Lancet.

*Com informações da Agência EFE

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