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Quem são os rohingyas e por que estão sendo ameaçados?

Mais de 370 mil migram de Mianmar para Bangladesh desde o fim de agosto

Camille Dornelles - 17/10/2017 11h22 | atualizado em 17/10/2017 18h15

Rohingyas chegam à fronteira de Bangladesh Foto: ONU

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) desta terça-feira (17) apontou que entre 10 mil e 15 mil refugiados rohingyas chegaram a Bangladesh nas últimas 48 horas. Mais de 370 mil migram de suas aldeias em Mianmar, no sul asiático.

De acordo com a Unicef, 60% dos viajantes são crianças e a situação merece atenção especial. O órgão, no entanto, afirmou que não tem recursos suficientes para manter a ajuda que o povo necessita.

Os rohingyas – também conhecidos como ruaingás – são uma minoria étnica de origem muçulmana de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. A maioria vive em Mianmar e Bangladesh, seguido pelo Paquistão, Tailândia e Malásia.

Desde a última semana de agosto, o povo rohingya faz longas travessias de Mianmar até Bangladesh, o que chamou a atenção da ONU. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), da organização, o volume de pessoas em retirada é inédito na história.

De acordo com a Unicef, a maioria dos refugiados roginhyas são crianças Foto: ONU

Rohingyas em Mianmar
Mianmar é um país predominantemente budista, de cerca de 60 milhões de habitantes, que não reconhece os rohingyas como seus próprios cidadãos. Estes vivem em aldeias no Estado de Rakhine, no oeste do país, e têm sofrido violência e discriminação social.

Sua estadia em Mianmar é questionada por extremistas budistas desde 1948, mas agora, em 2017, o país asiático está em processo de reformulação política, saindo de uma ditadura militar de mais de 50 anos para uma democracia.

Esse período de instabilidade política propiciou o aumento da pressão pela expulsão dos rohingyas de Mianmar. A junta militar que liderava a região promoveu uma divisão entre os povos budista e rohingya, proibindo casamentos, aquisição de cidadania e restringindo sua moradia às suas aldeias.

Em 2012, um embate violento entre muçulmanos e budistas deixou mais de 140 mortos e 100 mil desabrigados. A ONU denunciou os ataques em documento divulgado na última quarta-feira (11), quando pediu que Mianmar revisse o tratamento dado a essa população.

– Os ataques brutais contra os rohingyas na parte setentrional do estado de Rakhine foram organizados, coordenados e sistemáticos, com a intenção não apenas de expulsar a população de Mianmar, mas também de impedir seu retorno para casa – declarou a organização.

Migrações acontecem das aldeias rohingyas, no oeste de Mianmar, até Bangladesh Foto: Google Mapas

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