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Quem foi Óscar Pérez, símbolo da revolução venezuelana?

Considerado o Rambo da Venezuela, Pérez foi líder da resistência contra Maduro

Rafael Ramos - 24/01/2019 13h20

Óscar Pérez foi tido como terrorista por Nicolás Maduro Foto: Reprodução

A série de protestos na Venezuela, que levaram Juan Guaidó a assumir a Presidência interina do país, foi celebrada nas redes sociais. O novo governo recebeu o apoio de vários líderes mundiais, como o presidente Jair Bolsonaro, e também de alguns pastores brasileiros. Entre as manifestações na internet, algumas postagens fizeram referência a Óscar Pérez, símbolo da oposição contra Nicolás Maduro e tido como rebelde pelo antigo regime.

Pérez fazia parte da Brigada de Ações Especiais, o corpo de elite da polícia científica da Venezuela. Conhecido como o “Rambo venezuelano”, ele tinha 15 anos de experiência e era capitão do helicóptero do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc). Durante os protestos de 2017, ele sobrevoou o Tribunal Supremo e o Ministério do Interior e Justiça da Venezuela, em protesto a Maduro. No helicóptero, uma faixa escrita 350 Liberdade fazia referência ao Artigo 350 da Constituição do país. Consta que o povo da Venezuela deve renegar qualquer regime que viole a democracia e os direitos humanos.

O ato foi considerado como ataque terrorista por Maduro, que também o acusou de lançar granadas contra as sedes do governo. A partir desse momento, Óscar passou a agir na clandestinidade. No dia 15 de janeiro de 2018, ele foi capturado pelo exército venezuelano e a Guarda Nacional Venezuelana juntamente com um grupo de manifestantes.

Antes da captura, Pérez postou um vídeo nas redes sociais com o rosto ensanguentado após ter sido atingido pelos detritos de uma explosão. Decidido a se entregar, ele deixou uma mensagem de esperança à população e e se despediu dos filhos. Ele era casado com Danahis Vivas de Pérez e pai de Sebastián, Santiago e Dereck.

– Quero pedir à Venezuela que não desista. Lutem! Saiam às ruas! Já está na hora de sermos livres! E só vocês têm o poder agora.

O corpo do ex-policial foi sepultado em Caracas contra a vontade da família. Pérez foi sepultado nu, apenas com um lençol. Apenas dois familiares puderam acompanhar o enterro. O laudo da autópsia revelou que a causa da morte foi um traumatismo craneoencefálico severo devido a disparo de arma de fogo na cabeça. No Twitter, várias pessoas publicaram fotos de Óscar Pérez, tido como herói e líder da resistência venezuelana cumprindo o que disse: “Morreremos de pé defendendo a nossa terra, não de joelhos ante os tiranos”.

“Morreremos de pé defendendo a nossa terra, não de joelhos ante os tiranos”

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