Príncipe Harry vence processo, e tabloide terá que indenizá-lo
Juiz entendeu que o príncipe britânico teve o celular hackeado e, com isso, foram produzidos artigos sobre ele
Pleno.News - 15/12/2023 10h36 | atualizado em 15/12/2023 11h18

O príncipe Harry, filho caçula do rei Charles III, teve seu telefone celular hackeado por tabloides do grupo Mirror e, por essa razão, terá que receber uma indenização de 140,6 mil libras (cerca de R$ 876,3 mil). A decisão foi tomada nesta sexta-feira (15) por um juiz do Tribunal Superior de Londres.
O magistrado Timothy Fancourt indicou que o telefone pessoal do duque de Sussex foi hackeado entre 2003 e 2009; assim, 15 de um total de 33 artigos sobre a sua vida foram escritos a partir de informações obtidas através de escutas telefônicas.
Harry tinha iniciado um processo judicial contra o Mirror Group Newspapers (MGN), acusando o grupo de ter se envolvido em práticas duvidosas, como a intercepção ilegal de telefones para obter informações e vender jornais.
Para o juiz Fancourt, os artigos publicados pelo veículo do grupo Mirror “foram o resultado de escutas telefônicas ou de outra receptação ilegal de informações”. O magistrado ainda reconheceu que o valor da indenização é modesto, mas ressaltou que ele reflete os danos sofridos pelo príncipe pelas ações do Mirror.
– Observei que 15 dos 33 itens julgados foram produto de hackeamento de seu celular ou dos celulares de seus associados, ou produto de outra coleta ilegal de informações. Acredito que seu telefone foi hackeado apenas de forma modesta e que provavelmente foi cuidadosamente controlado por certas pessoas em cada jornal – declarou.
O príncipe, que não esteve presente nesta sexta ao tribunal, celebrou a decisão da Justiça.
– Hoje é um grande dia para a verdade e para a responsabilização – disse Harry em um comunicado divulgado por seu advogado, David Sherbourne, no tribunal.
Após a decisão, um porta-voz da Mirror Group Newspapers disse acolher “com satisfação a decisão”, que, segundo a empresa, dá “a clareza necessária para avançar nos acontecimentos que ocorreram há muitos anos”.
Em junho, o príncipe, que reside nos Estados Unidos, compareceu como testemunha perante o tribunal, ao qual afirmou que a atuação dos tabloides para obter exclusividades gerou “paranoia” e “desconfiança” e teve impacto em “todos as áreas” de sua vida, desde a segurança até os relacionamentos.
O grupo MGN publica os jornais Sunday Mirror, Daily Mirror e Sunday People, e o processo abrangeu o período entre 1995 e 2011, quando foram publicados numerosos detalhes de sua vida, supostamente obtidos por meios ilegais.
O príncipe chegou a acusar os tabloides de terem “incitado ao ódio e ao assédio” na sua vida privada em um documento escrito. Os advogados do grupo Mirror, por sua vez, descreveram as denúncias como “exageradas” e que as provas apresentadas não conseguiram demonstrar um único exemplo de ele ter sido hackeado.
*EFE
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