Thamirys Andrade - 03/12/2024 16h17 | atualizado em 03/12/2024 16h35

Ativista de oposição à ditadura cubana condenado a seis anos de prisão, Manuel de Jesús Guillén morreu nesta segunda-feira (2) em uma penitenciária do Combinado Del Este. Ele havia sido detido por participar dos protestos de 11 de julho de 2021 contra o governo.

Apesar de a autópsia oficial determinar que Manuel de Jesús morreu por asfixia por enforcamento no dia 10 de dezembro, às 21h, a mãe dele, Dania María Esplugas, de 63 anos, afirma que seu filho foi a óbito torturado pelos funcionários da penitenciária.

– Eles o mataram, mas isso não vai ficar assim. Ele era tão doce, tão lindo. Eles bateram nele e o mataram. Eles mataram um dos meus filhos, mas eu o mantenho vivo aqui no meu coração – disse Dania segundo informações da ONG Justicia 11J, replicadas pelo jornal El País.

A ONG afirma que o Centro de Documentação de Prisões Cubanas soube por meio de uma mensagem direta que Manuel de Jesus estava junto de presos que cometeram crimes violentos, em um local infectado por insetos e ratos.

– Os carcereiros negaram assistência médica e medicamentos para a escabiose e problemas de pele que enfrentava. Estavam extremamente magros – disse a organização.

Dania guardou as roupas que o filho usava quando foi levado à funerária a fim de usá-la como prova de que seu filho foi submetido a tortura. De acordo com ela, o suéter tinha pegadas enlameadas e as calças estavam sujas de urina.

Ela ainda afirma que Manuel tinha marcas no pescoço, nas costas e nos braços. Para ela, as autoridades espancaram seu filho de forma brutal e depois encenaram seu enforcamento, para dar a entender que tratou-se de suicídio.

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