Pleno.News - 04/04/2025 19h05 | atualizado em 04/04/2025 19h12

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, comentou sobre os possíveis atos de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre março de 2022 e março de 2023. Ele falou sobre o caso durante entrevista à rádio argentina Mitre, nesta sexta-feira (4), em Buenos Aires.

A operação teria ocorrido durante as negociações do tratado de Itaipu e tomar conhecimento desses fatos deixou o presidente paraguaio surpreso.

– Recebemos ciberataques de China e os Estados Unidos estão nos ajudando, mas jamais imaginamos ser vítimas de espionagem por parte de nossos irmãos do Brasil – disse.

O presidente paraguaio afirmou que o caso reacende questões delicadas do passado, como a guerra da Tríplice Aliança, um período duro para a região que até hoje traz impactos ao país vizinho do Brasil

– O Paraguai tem uma história bastante dura na região. Em um momento da nossa história nos tocou enfrentar uma guerra de extermínio, como foi a Guerra da Tríplice Aliança. Essas são feridas que buscamos curar – lamentou Peña.

E continuou:

– Isso [espionagem da Abin] abre velhas feridas, quando o objetivo do nosso governo é deixar para trás essa história de ódio e ressentimento que vinha, principalmente, de fora em direção ao Paraguai.

Em resposta à denúncia, o governo paraguaio adotou medidas imediatas, entre elas convocar o embaixador do Paraguai no Brasil para consultas. O governo de Peña também apresentou uma nota formal pedindo explicações detalhadas e ainda abriu investigações próprias.

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