Prefeitos que estão em Israel tentam voltar por conta própria
Grupo de políticos brasileiros viajou a convite do governo israelense
Pleno.News - 14/06/2025 21h52 | atualizado em 16/06/2025 13h07

O prefeito de Macaé (RJ), Welberth Rezende, afirmou neste sábado (14) que prefeitos brasileiros presos em Israel após o ataque contra o Irã estão sem apoio do governo federal e discutem sair do país por vias terrestres. A comitiva viajou a convite do governo israelense para um evento sobre segurança pública.
Desde que começaram os bombardeios na madrugada da última quinta-feira (12), os prefeitos se abrigam em bunkers. Segundo Rezende, o grupo participou de reunião com o Ministério de Relações Exteriores de Israel, mas não há previsão de reabertura dos aeroportos.
– Não se sabe quando essa guerra pode acabar, não se sabe quando a gente pode voltar – disse o prefeito.
Ele relatou que o grupo estuda três rotas: pelo Egito, Jordânia ou mar até o Chipre.
– O governo israelense tem dado apoio na medida do possível, mas não orienta que a gente saia. Espera que a gente fique. Só que não dá para esperar indefinidamente.
Rezende também criticou a falta de contato do Itamaraty:
– Não recebemos ligação do governo brasileiro, nenhum tipo de apoio ou suporte para negociar nossa entrada nesses países. Não é porque somos autoridades municipais. Todo brasileiro tem direito a apoio do seu país para regressar em caso de guerra. Mas não tivemos. E não vamos esperar também – disse.
A missão oficial previa uma imersão de dez dias com foco em segurança, tecnologia, educação e uso sustentável da água.
–Não faz mais sentido. O programa foi paralisado. Queremos voltar o quanto antes – completou o gestor de Macaé.
Entre os que estão em Israel estão os prefeitos de João Pessoa (PB), Belo Horizonte (MG), Nova Friburgo (RJ), e os vice-prefeitos de Goiânia (GO) e Uberlândia (MG), além do ex-prefeito de Santarém (PA).
Leia a nota do Itamaraty:
O governo brasileiro tomou conhecimento da presença de duas comitivas de autoridades estaduais e municipais do País em Israel, a convite do governo local, no momento do início das hostilidades em curso, com o ataque israelense ao Irã, na noite de quinta-feira, 12/6. A operação do aeroporto Internacional de Tel Aviv foi temporariamente suspensa desde então como uma das consequências da crise.
A embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as delegações brasileiras e o Ministério das Relações Exteriores fez gestão junto ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para que ambos os grupos tenham garantias de segurança e possam retornar ao Brasil assim que as condições naquele país permitirem. O secretário de África e Oriente Médio manteve contato telefônico com seu homólogo da chancelaria israelense, ocasião em que pediu tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras. Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre.
O Ministro das Relações Exteriores manteve contato hoje com seu homólogo da Jordânia, com o objetivo de abrir uma alternativa de evacuação por aquele país, quando as condições de segurança em Israel permitam um deslocamento por terra até a fronteira.
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