Portugal se posiciona contra eutanásia e suicídio assistido
Parlamento rejeitou quatro projetos de lei apresentados pela esquerda
Ana Luiza Menezes - 30/05/2018 16h04 | atualizado em 30/05/2018 16h55

Nesta terça-feira (29), o Parlamento de Portugal rejeitou quatro projetos de lei apresentados pela esquerda em favor da eutanásia. Com a decisão, também não foi aprovada a descriminalização da morte assistida no país.
A maioria dos deputados votou contra os projetos apresentados pelo Partido Socialista (PS), do atual governo, o marxista Bloco de Esquerda (BE), o ecologista Os Verdes (PEV) e o Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza (PAN). Em Portugal, 81% dos habitantes se dizem católicos. A Igreja é contrária à legalização da eutanásia.
A proposta que esteve mais perto de ser aprovada foi a apresentada pelo Partido Socialista, que por fim acabou perdendo com apenas 110 pontos a favor, diante de 115 votos contrários, além de quatro abstenções.
Todos os projetos apresentaram requisitos como maior idade para os solicitantes de eutanásia, entre outras diretrizes. Também seria garantido ao médico o direito a se opor ao procedimento.
Os dois principais partidos, o socialista e o social-democratas PSD (centro-direita), que é líder da oposição, tinham concedido liberdade de voto aos seus deputados a fim de que votassem de acordo com sua consciência.
Apesar da decisão, a porta voz da esquerda, Catarina Martins, prometeu continuar com a luta pela aprovação.
– Já progredimos muito. Muita gente agora reconhece a necessidade de respeitar as decisões das pessoas sobre o fim de suas vidas – disse ela.
A eutanásia foi legalizada em países como Bélgica, Canadá, Colombia, Luxemburgo e Holanda. Já o suicídio assistido foi autorizado na Suíça e em alguns estados norte-americanos.
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