Trump reconhece Jerusalém como capital de Israel
Presidente ignorou apelos da comunidade internacional, que teme pelo fim das negociações de paz na região
Gabriela Doria - 06/12/2017 16h39 | atualizado em 06/12/2017 19h54
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu oficialmente a cidade de Jerusalém como a capital de Israel, na tarde desta quarta-feira (6). Ignorando os alertas das comunidades internacionais, que temem pela frágil negociação de paz entre israelenses e palestinos, Trump anunciou também que irá transferir a embaixada dos EUA, situada em Tel Aviv, para a antiga cidade sagrada.
– É hora de oficialmente reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Israel é uma nação soberana com o mesmo direito de outras nações de determinar sua capital. Reconhecer isso é um passo para alcançar a paz. (…) É a capital do povo judeu e do governo moderno israelense – declarou o republicano.
Ainda em seu discurso, Trump afirmou que a mudança se trata de uma promessa de campanha. Ele também ressaltou que os Estados Unidos defendem a paz e a democracia na região.
– Jerusalém deve ser um lugar onde judeus, cristãos e muçulmanos rezam — afirmou Trump, estendendo-se aos palestinos — Nossa missão é promover um acordo de paz entre os diferentes lados envolvidos. Quero fazer todo o possível para tal. (…) Os EUA irão apoiar uma solução de dois Estados se ambos os lados quiserem – afirmou o chefe de Estado.
Segundo Trump, Mike Pence, seu vice-presidente, visitará a região em breve. Em sua viagem, Pence irá apelar pelo fim do extremismo e pela retomada da paz entre israelenses e palestinos.
A comunidade palestina, maior afetada pela decisão dos EUA, convocou três dias de protestos pela mudança no status geopolítico da região. Em nota, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh afirmou que “o reconhecimento do governo americano de Jerusalém ocupada como a capital da ocupação e a transferência da embaixada para Jerusalém ultrapassam todas as linhas vermelhas”. Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse durante entrevista na TV, que “Jerusalém é uma linha vermelha para os muçulmanos”.
O governo de Israel, aliado aos EUA, se negou a comentar a decisão.
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