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Monique Mello - 27/11/2021 08h24 | atualizado em 27/11/2021 08h59

Boris Johnson e Emmanuel Macron Foto: EFE/EPA/ROBERT PERRY

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta sexta-feira (26), que o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, deveria “levar a sério” a crise migratória no Canal da Mancha ou “permanecer calado”.

O dia de fúria de Macron começou após Johnson publicar um plano de ação com cinco pontos no Twitter, em vez de recorrer aos canais diplomáticos tradicionais.

– A comunicação de um líder com o outro, sobre questões tão graves, não pode ser feita por tuítes – disparou o francês.

No plano, Johnson sugere que a França receba de volta todos os imigrantes apreendidos em praias britânicas após a travessia do Canal da Mancha. Gabriel Attal, porta-voz do governo francês, chamou a carta do premiê britânico de “medíocre em termos de conteúdo e inapropriada no que diz respeito à forma”.

– Estamos cansados dessa conversa fiada e da terceirização de problemas do Reino Unido – disse Attal, em entrevista à BFM TV.

A irritação de Macron fez o tom de agressividade entre os dois vizinhos subir ontem mais um degrau. Mas não ficou apenas na retórica. A França também retirou o convite à ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, para participar de uma discussão com vários países sobre o assunto no domingo.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, disse que a reunião com Holanda, Bélgica e Alemanha está de pé, mas sem a presença dos britânicos.

TRAGÉDIA
A mais nova troca de acusações entre os dois países começou na quarta-feira (24), após a morte de 27 imigrantes que se afogaram perto de Dunquerque, a caminho da Inglaterra. Paris reclama que o Reino Unido atrai imigrantes ilegais com uma política frouxa de fiscalização. Londres diz que autoridades francesas não têm se empenhado em conter os botes que partem de suas praias.

Macron e Johnson, segundo analistas, estariam se aproveitando da crise para marcar pontos políticos. O presidente francês disputa a reeleição em abril e precisa conter o avanço da extrema-direita, que deve explorar a questão migratória na campanha.

O premiê britânico enfrenta um fogo de conservadores e nacionalistas, como Nigel Farage. Para eles, o objetivo do Brexit era retomar o controle das fronteiras. Em vez disso, milhares de imigrantes têm chegado às praias do país sob o olhar perdido de Johnson.

A oposição aproveitou a crise para atacar o premiê. Nick Thomas-Symonds, um dos líderes do Partido Trabalhista, disse que publicar uma carta no Twitter foi um “erro de julgamento grave”.

– Retirar o convite à ministra do Interior é uma humilhação para o primeiro-ministro, que perdeu completamente o controle da situação no Canal da Mancha – disse.

DISPUTAS
A questão migratória é apenas um capítulo na rápida deterioração da relação entre os dois vizinhos. Nos últimos meses, França e Reino Unido vivem às turras em disputas relacionadas ao Brexit, principalmente sobre licenças de pesca.

Nesta sexta, pescadores franceses ameaçaram bloquear o acesso a três portos no Canal da Mancha, e também ao Eurotúnel, para exigir a concessão rápida de autorizações pesqueiras, previstas após a saída dos britânicos da UE.

*AE

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