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Afeganistão: Talibã dificulta venda de anticoncepcionais

Informação consta em uma investigação do jornal britânico The Guardian

Pleno.News - 17/02/2023 14h13 | atualizado em 17/02/2023 14h27

Talibã tomou o poder em Cabul, capital do Afeganistão Foto: EFE/EPA/STRINGER

Combatentes do Talibã estão visitando farmácias e exigindo o fim da venda de métodos contraceptivos em duas grandes cidades do Afeganistão, segundo uma investigação do jornal britânico The Guardian. Farmacêuticos e obstetras confirmaram as ações, embora oficialmente o governo não admita haver uma proibição para que mulheres acessem pílulas e dispositivos anticoncepcionais.

Farmacêuticos em Cabul, a capital, e Mazar-i-Sharif, uma importante cidade ao norte do país, disseram que membros do grupo terrorista têm ido de porta em porta mandando retirar os medicamentos e injeções das prateleiras, alegando que a contracepção é uma conspiração ocidental para controlar a população muçulmana.

– Eles vieram duas vezes à minha loja com armas e me ameaçaram para não vender pílulas anticoncepcionais. Eles verificam regularmente todas as farmácias em Cabul e paramos de vender os produtos – disse um lojista na capital.

Outros lojistas afirmaram ter medo de vender seus estoques de pílulas e injeções.

Obstetras também relataram ter sido ameaçadas para não vender contraceptivos, alegando que os combatentes afirmam que “o uso de anticoncepcionais e planejamento familiar é uma agenda ocidental”. Mulheres que fazem uso dos medicamentos relataram ao jornal preocupação e desespero com a medida.

No entanto, nenhuma declaração oficial do governo foi feita sobre o assunto. Ao Guardian, Ustad Faridoon, um porta-voz do Talibã em Kandahar, disse que não apoiava uma proibição total.

– O uso de anticoncepcionais, às vezes, é clinicamente necessário para a saúde materna. É permitido na Sharia usar métodos contraceptivos se houver risco para a vida da mãe. Portanto, uma proibição total de contraceptivos não é certa – disse Ustad.

Um relatório da Humans Right Watch produzido em maio de 2021, portanto antes do Talibã tomar novamente o poder no país, já indicava a tendência de declínio nos investimentos em saúde para as mulheres no país, e apontava preocupações com o que ocorreria após a retirada das tropas americanas.

A preocupação agora dos ativistas de direitos reprodutivos e das mulheres é que, com a queda no uso de contraceptivos, piore os casos de mortalidade materna em um país que já é um dos mais perigosos para se dar à luz.

O Talibã tomou o poder no Afeganistão em agosto de 2021 antes mesmo do fim da retirada das tropas americanas do país. A chegada do grupo ao poder preocupou líderes e organizações internacionais principalmente pelo risco ao direito das mulheres, o que o grupo garantiu na época que não seria afetado. Mas desde então, o Talibã já proibiu o ensino superior para meninas, fechou universidades para mulheres, forçou as mulheres a deixarem seus empregos e restringiu sua capacidade de deixar suas casas.

*AE

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