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Senado dos EUA prossegue com impeachment de Trump

Legisladores consideram que processo é "constitucional"

Gabriela Doria - 09/02/2021 20h22 | atualizado em 10/02/2021 13h10

Ex-presidente Donald Trump é alvo de processo de impeachment Foto: EFE/EPA/Michael Reynolds

O Senado dos Estados Unidos abriu seu segundo julgamento de impeachment do ex-presidente Donald Trump nesta terça-feira (9), em um confronto que testará os limites da Constituição após o ataque ao Capitólio, no mês passado, por uma multidão de extremistas que deixou cinco mortos.

O processo começou após um apelo solene por um momento de silêncio na Câmara.

– É nosso dever constitucional solene realizar um julgamento político que seja justo e honesto com as acusações contra o ex-presidente Trump, que são as acusações mais graves já feitas contra um presidente dos EUA em toda a história – disse o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer.

Como parte de seus comentários iniciais no julgamento, o gerente do processo, o deputado democrata Jamie Raskin, exibiu uma seleção de imagens capturadas do dia em que a multidão invadiu o prédio do Congresso americano. As cenas do ataque mortal foram alternadas com imagens do presidente Trump discursando para apoiadores, momentos antes do ataque.

Vídeos do Capitólio mostraram extremistas em confronto com a polícia e escalando as paredes do prédio antes de arrebentarem as portas do Congresso. Imagens de dentro do Capitólio mostraram membros do Congresso saindo correndo antes que manifestantes invadissem o plenário do Senado e os gabinetes. Um vídeo mostrou o momento em que uma mulher entre os invasores foi baleada e morta.

Após o violento ataque ao Capitólio naquela terça-feira, milhares de soldados da Guarda Nacional foram posicionados na área que, desde os incidentes, está fechada ao público por uma barreira.

Com Trump agora fora do cargo e vivendo em semi-reclusão na Flórida, os promotores democratas da Câmara enfrentam, no Senado, uma equipe montada às pressas de advogados de Trump. O que está em jogo é se ele cometeu crimes e contravenções ao fomentar o cerco ao Capitólio, por meio de meses de declarações falsas sobre a eleição, que culminaram em um motim.

Nunca antes um presidente foi julgado pelo Senado duas vezes, muito menos depois que seu mandato expirou. Mas os acusadores de Trump argumentam que suas ações em seus últimos dias no poder foram tão flagrantes e tão ameaçadoras à democracia que ele deve ser responsabilizado. Mesmo que ele não possa mais ser destituído do cargo, a condenação seria uma declaração de repúdio à história e permitiria que os senadores o impedissem de concorrer a um cargo federal novamente.

As chances de condenação, porém, são remotas, uma vez que exige uma votação de dois terços dos parlamentares, o que significa que 17 republicanos teriam de abandonar Trump, que ainda detém grande influência em seu partido.

Enquanto os advogados de Trump argumentam que ele estava simplesmente exercendo seus direitos da Primeira Emenda (ao incitar a multidão que finalmente invadiu o Capitólio), seus aliados republicanos no Senado tentaram evitar fazer um julgamento sobre suas ações, afirmando que ele não pode mais ser julgado porque ele é um americano comum.

O julgamento foi aberto nesta terça-feira e seguirá com quatro horas de debate sobre a questão seminal, se um ex-presidente pode ser levado a julgamento. O Senado já votou que ele pode, com 5 republicanos se juntando a todos os 48 democratas e 2 independentes. Mas com 45 senadores republicanos rejeitando a proposta, o presidente provavelmente tem os votos necessários para sua absolvição.

*Estadão

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