Rússia põe em dúvida proposta dos EUA para tratado nuclear
Vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que o mundo mudou
Pleno.News - 01/08/2022 20h41 | atualizado em 02/08/2022 11h10
Nesta segunda-feira (1º), o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, colocou em dúvida a proposta do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O democrata sugeriu negociações imediatas para a assinatura de um novo tratado nuclear.
– E nós precisamos disso? O mundo mudou – escreveu Medvedev, em seu canal no Telegram.
Ele ressaltou que Biden, “fazendo das tripas coração”, admitiu que “mesmo em tempos de Guerra Fria, a União Soviética e os Estados Unidos abordavam questões de segurança e chegavam a compromissos”, para o que seria necessário um novo tratado para substituir o START III (Novo START), que expira em 2026.
– Tudo isso, é claro, está certo. No entanto, eu insisto. Agora a situação é muito pior do que na Guerra Fria. Muito pior! E não temos culpa – acrescentou.
Biden expressou nesta segunda-feira sua disposição de começar a negociar “imediatamente” com a Rússia um tratado para substituir o Novo START, que limita o número de armas nucleares de ambas as superpotências.
No entanto, alertou que qualquer negociação “requer um parceiro disposto a operar de boa-fé” e lembrou que “a agressão brutal e injustificada da Rússia na Ucrânia abalou a paz na Europa e constitui um ataque contra os princípios fundamentais da ordem internacional”.
– Neste contexto, a Rússia deve demonstrar que está pronta para retomar o trabalho de controle de armas nucleares com os EUA – disse o presidente americano, em comunicado.
Pouco depois de chegar à Casa Branca, em janeiro de 2021 e apenas dez dias antes da expiração do tratado, Biden concordou com o presidente russo, Vladimir Putin, em renovar o START por mais cinco anos.
Esse último tratado de desarmamento entre os dois países limita o número de armas nucleares estratégicas, com um máximo de 1.550 ogivas nucleares e 700 sistemas balísticos.
Putin, que sustenta que a corrida armamentista no mundo “está em andamento” desde que os EUA abandonaram o tratado antimísseis em 2002, dirigiu-se, nesta segunda-feira, à conferência de não proliferação com a frase: “Em uma guerra nuclear não pode haver vencedores”.
– Essa não deve ser desencadeada jamais, defendemos a segurança em termos iguais e indivisíveis para todos os membros da comunidade internacional – completou o líder russo.
*EFE
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