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Pleno.News - 09/03/2022 12h07 | atualizado em 09/03/2022 12h30

Presidente russo, Vladimir Putin Foto: EFE/Benoit Tessier

A invasão russa à Ucrânia não tem entre seus objetivos derrubar o governo Volodymyr Zelenski. Ao menos é o que disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta quarta-feira (9), dia em que a guerra completa duas semanas.

A fala destoa das declarações dadas no começo da guerra, na madrugada de 24 de fevereiro, pelo presidente Vladimir Putin com o objetivo declarado de “combater o nazismo” na Ucrânia; em meio a acusações de que a gestão Zelensky tinha associações com grupos neonazistas. O presidente ucraniano vem afirmando, desde o começo do conflito, que é o “alvo número 1” e que pode ser morto a qualquer momento.

Na segunda-feira (7), um porta-voz do governo listou à agência de notícias Reuters condições para o fim da guerra, que não incluíam a queda de Zelensky.

Segundo ele, a operação almeja que a Ucrânia se renda militarmente. E mude sua Constituição para garantir que nunca irá aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ou à União Europeia. Ainda que reconheça a Crimeia anexada em 2014 como russa e as regiões separatistas do Donbass, no leste, como independentes.

Zakharova defendeu, nesta quarta, que a guerra tem saído conforme o planejado, contrariando analistas que apontam que os russos têm enfrentado uma dificuldade maior do que o previsto a princípio.

O décimo quarto dia de guerra começou com a promessa de um novo cessar-fogo temporário para permitir a saída de civis por corredores humanitários. As outras tréguas anunciadas até aqui não foram respeitadas, deixando centenas de milhares de pessoas presas em cidades sitiadas, sem acesso a água potável e medicamentos.

A Rússia prometeu respeitar uma trégua das 9h às 21h do horário local (4h às 16h no horário de Brasília) desta quarta-feira. Nesta manhã, a vice-primeira-ministra ucraniana Irina Vereshchuk afirmou que os dois lados do conflito concordaram em respeitar o cessar-fogo.

O anúncio de trégua, desta quarta, foi semelhante ao de terça (8), que prometia a fuga segura pelas cidades de Kiev, Kharkiv, Chernihiv, Sumi e Mariupol. Até agora, no entanto, apenas um corredor funcionou de fato, saindo de Sumi, quando cerca de 5.000 pessoas deixaram a cidade.

A situação é tensa sobretudo em Mariupol, cidade portuária ao sul totalmente cercada por tropas russas há mais de uma semana. A Cruz Vermelha descreve a situação dos civis, na região, como “apocalíptica”.

Refugiados de Mariupol, na Ucrânia Foto: EFE/EPA/ARKADY BUDNITSKY EPA-EFE/ARKADY BUDNITSKY

Moradores se abrigam nos subsolos para se protegerem dos bombardeios constantes, sem acesso a comida, água, energia ou aquecimento, e sem poder retirar os feridos.

Um cessar-fogo na região já havia falhado no sábado. O governo ucraniano declarou que 30 ônibus e 8 caminhões de suprimentos foram bombardeados pela Rússia na terça-feira, violando o cessar-fogo, e não conseguiram chegar à região. Moscou culpou Kiev por não deter o fogo.

*AE

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