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República Tcheca: Restaurantes criam partido contra restrições

Atualmente, partido reúne 1,2 mil empresários que se opõem ao fechamento decretado após o Natal

Pleno.News - 17/02/2021 14h24 | atualizado em 17/02/2021 15h02

Restaurantes criam partido para driblar restrições na República Tcheca Foto: Pixabay

Um grupo de proprietários de restaurantes, na República Tcheca, decidiu criar um no partido político. A estratégia para visa contornar a paralisação das atividades imposta pelas autoridades locais e desafiar o governo do populista Andrej Babis nas eleições de outubro deste ano.

O movimento, batizado de “Nós abrimos a República Tcheca”, que não é explicitamente uma negação do novo coronavírus, foi formado em torno do empresário Jakub Olbert, dono de um conhecido restaurante de Praga, o Seberak. O estabelecimento fica próximo a um lago ao sul da capital e luta para seguir funcionando.

A tarefa imediata do grupo tem sido criar redutos livres de restrições para promover a gastronomia, “mas a prioridade do programa do partido será estabelecer melhor a lei da crise: em que condições podemos perder direitos e liberdades constitucionais”, explicou Olbert à Agência EFE.

O empresário conseguiu reunir centenas de colegas que não concordam com a necessidade de manter os restaurantes fechados e usa a seu favor os números que refletem o impacto econômico das restrições no setor.

O mês passado foi o pior desde 1993, em número de empresas que fecharam: 1.336, 5% a mais do que há um ano.

A tentativa declarada de Olbert é abrir uma lacuna para proteger o setor de hotelaria e alimentação, que, de acordo com o Escritório de Estatística, emprega 6,5% da população do país. Cada mês de confinamento representa uma redução total de 673 milhões de euros das receitas do setor.

Atualmente, o partido reúne 1,2 mil empresários que se opõem ao fechamento decretado após o Natal. Cerca de 400 deles acreditam ter a lei ao seu lado e deixaram as suas instalações abertas, cumprindo as normas de higiene em vigor: limitação da capacidade de clientes, para garantir a distância física, e utilização de produtos de desinfecção e máscaras.

Nos últimos dois meses não houve registro de nenhum caso de Covid-19″, se defendeu Olbert.

Inicialmente, o movimento político foi pensado como uma estratégia “kafkiana” para se proteger de sanções. A ideia era registrar os bares e restaurantes como centros ou células de atividade política, que o governo não pode dissolver ou proibir.

No entanto, os estabelecimentos começaram a receber multas, embora o porta-voz tenha afirmado que eles irão “desafiar todos”, convencido de que o governo também terá que indenizar os empresários pelas consequências econômicas do fechamento.

O grupo decidiu participar eleições legislativas de outubro deste ano, tendo como discurso o apelo para restaurar a “normalidade” econômica e social do país.

O estado de emergência, em vigor desde 5 de outubro, significou grandes perdas econômicas para os empresários. Muitos também se queixam das limitações das liberdades fundamentais que chegaram ao país com a democracia, após décadas de comunismo.

Também para Olbert, a situação atual desperta o fantasma do que aconteceu durante o regime totalitário que, entre 1948 e 1989, impôs uma regulamentação estatal avassaladora, embora as medidas atuais não tenham motivos ideológicos, mas sim de saúde pública.

No entanto, o líder da coalizão de governo, chefiada pelo empresário milionário Babis, não soube explicar a lógica das decisões que tomou durante o estado de emergência.

Para o governo tcheco, os restaurantes que apoiam a iniciativa de Olbert são pouco solidários e violam as regras da concorrência, colocando também em risco a saúde dos cidadãos. A ideia de criar células de agitação política para evitar as restrições foi desde o início considerada “absurda” pelo ministro do Interior, Jan Hamacek, que anunciou um registro de infratores e ameaça bani-los das atividades por um ano.

Isso não parece tirar o sono de Olbert, que, em suas desavenças com a polícia, destaca ter passado por duas fases.

– Uma primeira, caracterizada pelo desconhecimento da lei, em que nos permitimos ser fechados e retirados à força – explicou Olbert.

E uma segunda, “quando nos informamos sobre o que cada um pode fazer: uma fase correta em que, cada vez que vêm, negociamos com eles. No final, [os policiais] são só gente, e não quero colocar qualquer pessoa na cadeia por abrir um bar”, acrescentou Olbert.

*Com informações da Agência EFE

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