Quais as reivindicações dos manifestantes na França?
Quais as reivindicações dos manifestantes na França?
Movimento Coletes Amarelos provocou crise social sem precedentes no país
Camille Dornelles - 05/12/2018 08h08
O movimento chamado de Coletes Amarelos venceu um embate com o governo francês nesta terça-feira (4), depois que o primeiro-ministro Édouard Phillipe anunciou o congelamento dos impostos sobre os combustíveis.
O movimento é composto por diversas classes e representantes, desde operários aposentados até empresários. Todos acreditam que pagam mais impostos do que deviam e são contra o governo de Emmanuel Macron.
– Eu queria ver Macron e (o primeiro-ministro, Édouard) Philippe vivendo com 1.100 euros líquidos por mês (o equivalente a cerca de R$ 4.700) – afirmou o caminhoneiro Michel Arnald.
O aposentado Dominic de Feangas, de 61 anos, afirmou que o movimento não irá acabar ainda. Ele contou que vive com uma aposentadoria de 1600 euros (quase $ 7 mil).
– Ninguém vai nos tirar daqui. Isto será mais forte do que o protesto de Maio de 68 – declarou.
Há muitos jovens entre os manifestantes, que protestam contra a falta de oportunidades de emprego. Marine, de 28 anos, declarou que há uma crise pela falta de vagas estáveis.
– Agora estou desempregada há dois meses. Existem ofertas de emprego, mas nenhuma dá estabilidade. Não temos problemas em trabalhar por muitas horas, mas queremos que o salário dê até o fim do mês – reivindicou.
EVOLUÇÃO DOS PROTESTOS
Desde 17 de novembro, quando foi convocado o primeiro grande protesto nacional através das redes sociais, dezenas de Coletes Amarelos estão nas rotatórias da cidade.
Eles começaram mostrando rejeição ao aumento de impostos sobre os combustíveis, mas as reivindicações agora são mais abrangentes e incluem aumento do salário mínimo, das aposentadorias e até uma mudança de regime para funcionar com consultas populares.
As manifestações levaram a uma crise social sem precedentes no país e fizeram a aprovação do governo de Emmanuel Macron despencar, apenas um ano e meio depois de assumir o poder. A onda de violência afetou o turismo da capital, Paris, que chegou a interditar a Torre Eiffel no último dia 23.
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