Putin diz que risco de uma guerra nuclear está “crescendo”
Líder russo pondera, no entanto, que seu país "não enlouqueceu"
Monique Mello - 07/12/2022 14h49 | atualizado em 07/12/2022 15h31
O presidente russo Vladimir Putin disse, nesta quarta-feira (7), que o risco de uma guerra nuclear está aumentando, mas que, no entanto, a Rússia “não enlouqueceu”. Segundo ele, o uso de armas táticas seria apenas uma forma de defesa.
O líder russo destacou a “obviedade” da força da estrutura bélica de seu país, mas que não seria usado de forma leviana.
– Nós não enlouquecemos, sabemos bem o que são armas nucleares. Nós temos esses meios em formas mais avançadas e modernas que outros países, este é um fato óbvio. Mas não vamos correr pelo mundo usando-a como uma navalha – disse durante sessão anual televisionada de seu Conselho de Direitos Humanos.
Putin acusou o Ocidente de ver a Rússia como um “país de segunda classe que não tem qualquer direito de existir”. Ele defendeu que seu país usará mão de “todos os recursos disponíveis” para manter o controle sobre o território.
O presidente russo acrescentou que foram os Estados Unidos, não a Rússia, que implantaram as chamadas armas nucleares “táticas” em outros países. Armas táticas são menos potentes que as convencionais, chamadas de estratégicas.
Durante a sessão, Putin reconheceu que a guerra na Ucrânia pode demorar para terminar, mas descartou uma segunda onda de mobilização de reservistas.
– É claro que esse pode ser um processo demorado – afirmou.
O líder russo usou a palavra “guerra” – o que não costuma fazer em relação ao conflito na Ucrânia – para garantir que não foi a Rússia que começou os combates na região de Donbass em 2014, quando eclodiu uma revolta pró-russa contra Kiev.
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