Princesa de Dubai diz que é refém e teme pela própria vida
Emissora britânica expôs vídeos da princesa Latifa Al Maktoum
Pleno.News - 16/02/2021 15h35 | atualizado em 16/02/2021 16h03
A princesa Latifa Al Maktoum, uma das filhas do emir de Dubai, denunciou, em uma série de vídeos divulgados nesta terça-feira (16) pela emissora britânica BBC, que ela está retida como “refém”, após ter tentado fugir do país em 2018. Ela também conta que teme pela própria vida.
– Estou gravando este vídeo de um banheiro, porque é o único local com uma porta que posso trancar. Sou uma refém, e esta vila se tornou uma prisão. Todas as janelas estão trancadas com barras. Não posso abrir nenhuma – relata Al Maktoum, de 35 anos, em um dos vídeos.
A princesa afirmou que cinco policiais vigiam a mansão do lado de fora, enquanto outros dois ficam no interior.
– Todos os dias me preocupo com a minha segurança e a minha vida. Não sei se vou sobreviver a esta situação – falou.
A filha de Mohammed bin Rashid Al Maktoum, emir de Dubai, assim como vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes, registrou estas mensagens durante vários meses em segredo. Mas as comunicações pararam, advertiu a BBC, que informou que alguns de seus amigos “estão exigindo que a ONU entre em ação”.
TENTATIVA DE FUGA
Latifa tentou fugir de Dubai pela primeira vez quando tinha 16 anos. Mas começou a planejar a tentativa de fuga mais séria em 2011, após entrar em contato com o empresário francês Herve Jaubert, segundo a emissora.
Em 24 de fevereiro de 2018, a princesa embarcou em um bote com Tiina Jauhiainen, que tinha sido sua instrutora de artes marciais, e navegaram para águas internacionais, onde um iate com bandeira dos EUA as aguardava.
Oito dias depois, em frente ao litoral da Índia, o barco foi atacado por “comandos” que usaram granadas de fumaça, apontaram armas para as duas mulheres e devolveram Latifa a Dubai. Desde então, não havia notícias sobre Latifa.
EMIR NOS TRIBUNAIS
Em 2019, as tensões entre a família do emir chegaram aos tribunais britânicos, quando a princesa Haya bint al Hussein, da Jordânia, a sexta esposa do governante bilionário, viajou para o Reino Unido e buscou proteção para si e para dois dos seus filhos.
Nesse julgamento, a Suprema Corte da Inglaterra considerou provado, entre outros fatos, que o xeique “ordenou e orquestrou o regresso forçado da sua filha Latifa à casa da família em Dubai” em duas ocasiões, em junho de 2002 e fevereiro de 2018.
– Em 2002, o retorno ocorreu da fronteira de Dubai com Omã, enquanto em 2018 foi feito com um comando armado no mar, ao longo da costa da Índia – descreveu a sentença.
O tribunal destacou também que, em agosto de 2000, o emir organizou o “rapto” de sua filha Shamsa, para levá-la do Reino Unido para Dubai. De acordo com a imprensa britânica, o emir, de 71 anos, foi casado com seis mulheres e teve pelo menos 30 filhos.
*Com informações da Agência EFE
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