Leia também:
X Fernández: Brasileiros saíram da selva; os argentinos, da Europa

Presidente argentino se desculpa após frase sobre brasileiros

Em suas redes sociais, Alberto Fernández disse não querer ofender ninguém

Pleno.News - 09/06/2021 17h49 | atualizado em 09/06/2021 18h16

Presidente da Argentina, Alberto Fernández Foto: EFE/Fabián Mattiazzi

O presidente argentino, Alberto Fernández, pediu desculpas nesta quarta-feira (9) por ter dito que “mexicanos vieram dos índios, brasileiros vieram da selva, e argentinos, de barco, da Europa”.

– Eu não quis ofender ninguém – afirmou o presidente argentino em sua conta oficial no Twitter.

A declaração polêmica foi feita por ele durante um encontro com o premiê da Espanha, Pedro Sánchez.

– Afirmou-se mais de uma vez que “os argentinos descendem de navios”. Na primeira metade do século 20, recebemos mais de 5 milhões de imigrantes que viviam com nossos povos nativos. Nossa diversidade é um orgulho. Eu não quis ofender ninguém; em qualquer caso, peço desde já desculpas a quem se sentiu ofendido ou invisibilizado – escreveu.

Na reunião com Sánchez, Fernández creditou sua inspiração a uma frase erroneamente atribuída ao diplomata mexicano e Prêmio Nobel da Paz Octavio Paz, que teria dito “os mexicanos são descendentes de astecas, os peruanos dos incas, e os argentinos dos barcos”.

Meios de comunicação locais, no entanto, identificaram que o trecho citado por Fernández vem de uma música chamada Llegamos de los barcos, do cantor argentino Litto Nebbia, que diz exatamente as mesmas palavras.

O momento foi registrado em vídeo publicado no Twitter oficial da Casa Rosada. A declaração pode ser ouvida a partir dos 19 minutos.

Embora grande parte da população argentina seja composta por descendentes de imigrantes, muitos deles vindos da Europa no século 19 e 20, o país tem uma importante herança indígena, que mescla as culturas incas, mapuches, patagônicas entre outras etnias. O país também teve mão de obra africana durante seu período colonial.

Na segunda metade do século 19, a Campanha do Deserto (1878-1885), liderada pelo general Julio Argentino Roca, conquistou as estepes do sul da Argentina, amplamente povoada por povos originários. A maioria deles foi aculturada, morta e submetida a trabalhos forçados. Muitos dos escravos afroamericanos argentinos também morreram durante a Guerra do Paraguai (1864-1870).

Vínculos
O presidente argentino e o premiê espanhol destacaram nesta quarta-feira a importância da União Europeia e do Mercosul chegarem a um entendimento sobre o acordo comercial.

– Os vínculos entre América Latina e UE são fundamentais – afirmou Sánchez.

Ele apontou questões ambientais e o combate à pandemia de Covid-19 como prioridades.

– Entendemos as objeções que os governos podem ter, mas acreditamos que podemos aumentar o desenvolvimento de nossos países, criando uma área comercial única no mundo – declarou.

Já o presidente argentino falou sobre os avanços em acordos.

– Precisamos avançar em acordos para enfrentar as mudanças climáticas, e a Argentina está comprometida nisso […] Muitos pensam que Argentina não quer avançar em um acordo, mas também há problemas na Europa – afirmou, por sua vez, Fernández.

Outro tema abordado foi a vacinação. O espanhol destacou que seu país doará de mais de 20 milhões de vacinas em 2021, “especialmente para a América Latina, que necessita de solidariedade por estar sendo mais golpeada”. Os dois líderes reforçaram que os imunizantes devem ser um “bem público global” e que é necessário aumentar a distribuição das vacinas.

*Estadão

Leia também1 Fernández: Brasileiros saíram da selva; os argentinos, da Europa
2 Bolsonaro: Se eu não estivesse lá, estaria um poste no meu lugar
3 Bolsonaro volta a dizer que tem provas de fraudes nas eleições
4 Governadora do RN: 'Bolsonaro tem desvio mental e de caráter'
5 Lula: 'Se for necessário para tirar Bolsonaro, serei candidato'

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.