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Portugal pode voltar a ter um presidente militar após 40 anos

Almirante Henrique Gouveia e Melo está à frente das pesquisas para as eleições de 2026

Pleno.News - 05/12/2024 13h10 | atualizado em 05/12/2024 14h21

Henrique Gouveia e Melo Foto: EFE/EPA/ANTONIO COTRIM

O chefe do Estado-Maior da Marinha de Portugal, Henrique Gouveia e Melo, é um dos nomes mais populares entre os possíveis candidatos às eleições presidenciais que o país irá realizar em 2026. Sua eventual vitória significaria que o país voltaria a ter um militar no comando depois de 40 anos.

Conhecido e muito bem avaliado pelos portugueses por coordenar o grupo de trabalho do plano de vacinação contra a Covid-19 em 2021, Gouveia e Melo lidera há semanas as sondagens sobre a intenção de voto de possíveis candidatos presidenciais.

O almirante ainda não tornou pública a intenção de concorrer à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa na presidência, mas já deu indicações de que poderá fazê-lo.

Por enquanto, comunicou ao ministro da Defesa português, Nuno Melo, que não estará disponível para ser mantido no comando da Marinha no final do ano e, em uma entrevista em setembro à emissora pública RTP, reconheceu não querer “dizer não” à possibilidade de entrar na corrida pelo Palácio de Belém.

Se vencesse, esta não seria a primeira vez que um militar presidiria Portugal desde o estabelecimento da democracia em 1974, após a Revolução dos Cravos, uma revolta militar não violenta que levou à queda da ditadura de Salazar.

Os fardados Francisco da Costa Gomes e António Ramalho Eanes serviram como chefes de Estado entre 1974-1976 e 1976-1986, respectivamente.

Para o cientista político António Costa Pinto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, ainda é cedo para analisar a situação, uma vez que não há candidatos confirmados, embora não considere anômalo que o almirante consiga acumular apoios, sem pronunciar-se sobre uma eventual vitória.

Em sua opinião, a boa reputação de Gouveia e Melo advém “fundamentalmente” da sua gestão na pandemia, o que fez com que fosse associado “a um discurso de ordem e eficiência”, mas também porque é provável que se candidate como figura independente dos partidos políticos.

O almirante tornou pública em diversas ocasiões sua posição a favor de um maior investimento na defesa e tem sido contra a restauração do serviço militar obrigatório em Portugal, embora não descarte a busca de um sistema alternativo para formar a população.

– Ninguém dá importância se ele pedir uma fragata a mais ou a menos. Se insistisse no discurso da identidade nacional, de Portugal, da defesa do interesse português… Isso é mais importante – considerou o analista, que descartou que sua carreira militar possa pesar contra sua candidatura.

Face ao que aconteceu até agora, o cientista político encara Gouveia e Melo como uma figura “interessante” devido à toda agitação que conseguiu gerar na imprensa portuguesa.

Para Costa Pinto, é “muito difícil” que possa ser eleita uma figura que não tenha o apoio, mesmo que discreto, dos partidos políticos, e o militar poderia tê-lo tanto por parte da centro-direita como do centro.

Os democratas-cristãos do CDS, que têm dois deputados no Parlamento, poderiam apoiar a sua candidatura, mas “não é suficiente”, advertiu o especialista.

Se na corrida presidencial houver um candidato do PSD, partido que atualmente governa em minoria, Gouveia e Melo ficaria “certamente” sem espaço político à direita. E já há rumores de nomes de legenda interessados, como o do seu antigo presidente e membro do Conselho de Estado Luís Marques Mendes.

Por sua vez, o Partido Socialista, que lidera a oposição, também tem figuras influentes que poderá apresentar, como António Vitorino, antigo comissário europeu de Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania.

Segundo uma pesquisa realizada pela Intercampus e publicada na última segunda-feira (2) pelo Jornal de Negócios e pelo Correio da Manhã, o atual chefe do Estado-Maior da Marinha seria o favorito se as eleições acontecessem agora, com 23,2% das intenções de voto em um eventual primeiro turno, quase dez pontos percentuais à frente do segundo colocado, o ex-primeiro-ministro conservador Pedro Passos Coelho, com 13,9%.

*EFE

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