Partido Comunista Chinês bane transmissão da BBC no país
Órgão regulador acusou emissora de "grave violação" e de prejudicar "interesses nacionais"
Thamirys Andrade - 12/02/2021 10h25 | atualizado em 12/02/2021 10h38

Nesta quinta-feira (11), a BBC foi barrada na China após o órgão regulador do governo acusar a emissora de “grave violação” das diretrizes oficiais sobre a cobertura jornalística. A entidade afirma que os serviços da emissora britânica descumpriram “a exigência de que o jornalismo seja verdadeiro e justo” e prejudicou os “interesses nacionais da China”.
– [A administração Nacional de Rádio e Televisão chinesa] não permite que a BBC continue transmitindo na China e não aceita a renovação de sua permissão anual – informou o órgão em comunicado.
A reportagem apontada pelo governo chinês foi emitida no dia 3 de fevereiro e continha testemunhos de tortura e violência sexual contra mulheres uigures em campos de detenção chineses.
A BBC comunicou sua decepção com a medida e afirmou que é uma “emissora mundial confiável” e que informa em todo o mundo de forma “justa, imparcial e sem medo nem favoritismos”.
Já o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, descreveu a decisão como um “atentado inaceitável contra a liberdade de imprensa” que “só prejudicará a reputação da China aos olhos do mundo”.
Os Estados Unidos também condenaram a medida e fizeram um apelo à China e a outras “nações com um controle autoritário sobre a população” para que permitam o “pleno acesso à internet e à liberdade da mídia”.
O caso acontece dias após o órgão regulador britânico revogar a licença do canal de TV China Global Television Network (CGTN), depois de descobrir que o Partido Comunista Chinês comandava o conteúdo editorial, o que infringia a legislação do país sobre propriedade dos meios de comunicação.