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Papa diz que russa Darya Dugina foi ‘vítima inocente’ e é criticado

Para embaixador da Ucrânia no Vaticano, "discurso foi decepcionante". Darya é filha do mentor de Vladimir Putin

Gabriel Mansur - 24/08/2022 18h26 | atualizado em 24/08/2022 18h53

Papa Francisco Foto: EFE/EPA/VATICAN MEDIA HANDOUT HANDOUT

O papa Francisco fez uma audiência geral semanal nesta quarta-feira (24). Durante o discurso, ele saiu do roteiro para condenar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que completou exatos seis meses nesta quarta, e polemizou ao lamentar a morte da “inocente” Darya Dugina, vítima de um explosivo que estava em seu carro.

Darya é filha do ultranacionalista Alexander Dugin, que é conhecido como “guru” do presidente russo Vladimir Putin, apesar de nunca ter ocupado cargo no governo.

– Penso em uma pobre garota que voou no ar por causa de uma bomba sob seu banco no carro em Moscou. Os inocentes pagam o preço da guerra, os inocentes! Pensemos nessa realidade e digamos um para o outro: a guerra é uma loucura. E aqueles que ganham com a guerra e com o comércio de armas são delinquentes que assassinam a humanidade – disse o líder católico, sem citar Dugina nominalmente.

O pontífice pediu ainda “medidas concretas” para acabar com a guerra e evitar o risco de um “desastre nuclear” na usina de Zaporizhzhia, localizada na Ucrânia. Também reiterou que os comerciantes de armas que lucram com a guerra são “delinquentes que matam a humanidade”.

UCRÂNIA SE REVOLTA COM CITAÇÃO A DARIA
O embaixador da Ucrânia no Vaticano, Andrii Yurash, criticou o papa Francisco por ele ter lamentado a morte da jornalista e analista política russa Daria Dugina, de 29 anos. O país declarou-se “decepcionado” e contestou o termo “inocente” usado por Francisco.

– O discurso de hoje do papa foi decepcionante e me fez pensar em muitas coisas. Não se pode colocar na mesma categoria agressor e vítima, estuprador e estuprado. Como é possível mencionar uma das ideólogas do imperialismo russo como uma vítima inocente? Ela foi assassinada pelos russos como uma vítima sagrada e agora é um escudo de guerra – escreveu o diplomata no Twitter.

Daria Dugina foi vítima de uma bomba instalada no automóvel que ela dirigia, um Toyota Land Cruiser Prado em nome de Dugin, e acionada a distância. O crime ocorreu quando Dugina passava pelo vilarejo de Velyki Vyazomi, nos arredores de Moscou, voltando de um festival no qual ela e seu pai haviam sido convidados de honra.

A Rússia acusa os serviços secretos da Ucrânia de terem planejado o atentado, mas Kiev nega envolvimento no caso.

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