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OEA: Eleições de 2019 na Bolívia tiveram manipulação flagrante

Informação consta em comunicado divulgado nesta segunda-feira

Pleno.News - 09/08/2021 19h05 | atualizado em 09/08/2021 19h24

Presidente da Bolívia, Luis Arce Foto: EFE/Martin Alipaz

Nesta segunda-feira (9), a Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) disse que, de todas as eleições que observou na última década, as de 2019 na Bolívia foram “as piores”.

O posicionamento consta em um comunicado da Secretaria da OEA para o Fortalecimento da Democracia, na qual criticou o relatório encomendado pela Procuradoria Geral da Bolívia sobre o pleito.

A nota da OEA descreve as eleições de 2019 como uma “vergonha hemisférica” devido ao acúmulo de irregularidades e “manipulação flagrante” do processo eleitoral.

Além disso, a secretaria criticou o relatório encomendado pela Procuradoria Geral da Bolívia a uma equipe de investigação na Espanha, que conclui que “não houve manipulação” dos resultados das eleições de 2019.

Essa equipe é o Grupo de Pesquisa Deep Tech Lab Bisite da Fundação Geral da Universidade de Salamanca, liderado pelo engenheiro Juan Manuel Corchado.

O relatório solicitado pela Procuradoria Geral contrasta com o apresentado pela OEA em 10 de novembro de 2019, que detectou irregularidades “muito graves” no processo, como a manipulação do sistema online de transmissão e cálculo dos resultados.

A Secretaria-Geral da OEA disse nesta segunda-feira que tentar validar as irregularidades e manipulações alegadamente cometidas durante estas eleições através de “estudos extemporâneos” representa uma “séria afronta” à democracia.

Apesar de criticar o relatório solicitado pela Procuradoria Geral da OEA e apontar que ele apresenta “deficiências profundas”, a Secretaria-Geral da OEA reconhece que também há alguns pontos positivos, como confirmar “as graves conclusões” que ela mesma já havia advertido em seu estudo de 2019 sobre tecnologia da informação e apontar que havia “erros imperdoáveis”.

Entre essas “descobertas graves”, ela cita o uso de dois servidores fora da estrutura tecnológica estabelecida para o sistema de Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP).

– O relatório de peritos encomendado pela própria Procuradoria Geral da OEA revela as extremas vulnerabilidades do sistema e as manipulações ocorridas, indicando que era possível acrescentar, modificar ou apagar dados sem deixar provas – ressaltou a Secretaria-Geral da OEA.

Os especialistas enfatizam em sua análise que não houve manipulação dos resultados eleitorais, embora indiquem que alterações manuais dos sistemas e bancos de dados eram possíveis, que pessoas não identificadas podiam fazer mudanças sem deixar rastros e que não havia supervisão, entre outros aspectos.

A Secretaria-Geral da OEA também listou uma série de irregularidades em seu próprio relatório, como a existência de servidores clandestinos, a queima de material eleitoral, o acesso inexplicável e não autorizado ao sistema e o enfraquecimento da autoridade das eleições.

Por todas estas razões, determina que “nunca” poderá haver confiança nas eleições de 2019.

A Bolívia mergulhou em uma crise social e política após as eleições de outubro de 2019, que foram anuladas devido a alegações de fraude em favor do então presidente, Evo Morales.

Após o relatório da OEA, que foi divulgado na madrugada de 10 de novembro de 2019, Morales primeiro anunciou um novo pleito e, horas depois, renunciou à presidência, alegando ter sido vítima de um suposto “golpe de Estado”.

*EFE

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