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No Peru, 14 pessoas morrem em ataque de grupo comunista

O país está às vésperas das eleições presidenciais

Pleno.News - 25/05/2021 16h45 | atualizado em 25/05/2021 17h47

Peru está em época de eleições presidenciais Foto: EFE / George Blink

Ao menos 14 pessoas morreram no domingo (23), no interior do Peru, em um ataque atribuído a dissidentes do grupo guerrilheiro maoísta Sendero Luminoso (Partido comunista do Peru). O ataque ocorre a duas semanas da eleição presidencial, que será disputada entre a conservadora Keiko Fujimori e o esquerdista Pedro Castillo.

De acordo com o Ministério da Defesa, o massacre aconteceu no Valle de los Rios Apurímac, Ene e Mantaro, região montanhosa que concentra 75% da produção de cocaína da América Latina.

Ao redor do corpo das vítimas (algumas queimadas), foram encontrados panfletos com a assinatura de membros ainda ativos do Sendero. As mensagens incentivavam os peruanos a boicotar as votações que devem acontecer no dia 6 de junho.

As informações destacadas pelo comando das Forças Armadas do Peru revivem o conflito armado que deixou 69 mil mortos no país nas últimas décadas do século 20. Em 1990, Alberto Fujimori foi eleito para a presidência e permaneceu no poder por dez anos.

À época, Abimael Guzmán liderou uma insurgência do Sendero contra o governo de Fujimori. Após ser capturado, Guzmán ordenou que os seguidores baixassem as armas. Autoridades consideram que as últimas células ativas do grupo atuam em proximidade com o narcotráfico e concentram-se na região de Valle de los Rios.

O ataque acontece em meio a uma nova polarização ideológica no país. Keiko Fujimori, filha do ex-ditador peruano e representante conservadora, enfrenta o candidato da esquerda Pedro Castillo, professor e líder sindical.

Os panfletos encontrados no local do massacre acusavam os seguidores de Fujimori de traidores. Já Castillo é acusado de simpatizar com os guerrilheiros. Para seus opositores, sua vitória colocaria o país em um estado de conflito novamente.

Eleições polarizadas no Peru: esquerdista Pedro Castillo e a conservadora Keiko Fujimori Foto: EFE/ Paolo Aguilar

– Nós condenamos o uso político que o “Fujimorismo” está fazendo sobre esta tragédia – afirmou a assessora de Castillo, Betssy Chávez.

Por outro lado, o consultor de segurança, o peruano Pedro Yaranga diz acreditar que o país pode viver um novo período de escalada da violência se Keiko vencer a disputa, já que as facções senderistas devem promover ataques contra o governo da conservadora.

– Nós estamos voltando para algo que achamos que tínhamos ultrapassado – declarou.

Em sua conta pessoal no Twitter, Keiko afirmou que, se for eleita, compromete-se a manter “a democracia, a liberdade de imprensa e a separação dos poderes”.

As Nações Unidas emitiram nota em solidariedade às vítimas e aos parentes delas. Ao condenar o ataque, pediu que os partidos conduzam uma campanha responsável e promovam uma convivência pacífica. Os militares peruanos consideraram os assassinatos “um ato de genocídio”.

*EFE

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