Netanyahu: Envio de tropas dos EUA para Gaza não é necessário
Donald Trump está reajustando o modelo ideal para assumir o controle da região
Pleno.News - 06/02/2025 21h36 | atualizado em 07/02/2025 11h23

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse, nesta quinta-feira (6), que não acredita que seja necessário o envio de tropas dos Estados Unidos para Gaza, uma possibilidade que o presidente americano, Donald Trump, mencionou como parte de seu plano para que seu país assuma o controle da Faixa de Gaza.
Netanyahu, que está em Washington, reuniu-se no Capitólio nesta quinta com congressistas dos partidos Democrata e Republicano.
Durante uma sessão de fotos com líderes do Senado, um jornalista perguntou ao premiê se ele acredita que são necessárias tropas dos EUA na Faixa de Gaza para concretizar o plano de Trump, e Netanyahu respondeu com um conciso “não”.
A afirmação de Netanyahu aconteceu em um momento em que o governo americano começou a atenuar alguns elementos da proposta de Trump de “assumir o controle” de Gaza e realocar a população palestina, destacando que o presidente não se comprometeu com o uso de tropas dos EUA e que qualquer retirada de palestinos seria temporária.
Na manhã desta quinta, em uma postagem em sua rede social Truth Social, Trump reiterou que os EUA pretendem assumir o controle da Faixa de Gaza, destruída pelos bombardeios israelenses durante 15 meses de guerra, para transformá-la em “um dos maiores e mais espetaculares desenvolvimentos (urbanos) de seu tipo na Terra”.
No entanto, Trump disse que o envio de soldados não seria necessário. “A estabilidade na região reinaria!”, escreveu.
Na última terça(4), quando apresentou seu plano para Gaza em uma entrevista coletiva ao lado de Netanyahu na Casa Branca, Trump não descartou o envio de tropas americanas para apoiar a reconstrução da Faixa e garantiu que os EUA fariam o que fosse “necessário” para concluir o projeto e transformar a região na “Riviera do Oriente Médio”.
Trump também propôs que os habitantes de Gaza fossem reassentados “permanentemente” em outros países e insistiu que a Jordânia e o Egito deveriam aceitar mais refugiados palestinos de Gaza, uma ideia rejeitada categoricamente por esses dois países, assim como por Emirados Árabes Unidos, Catar, Arábia Saudita, Autoridade Palestina e Liga Árabe.
No dia seguinte, entretanto, o governo dos EUA começou a matizar tanto o envio de tropas quanto a ideia de reassentamento permanente, depois que aliados de Washington em todo o mundo e até mesmo congressistas do partido de Trump rejeitaram a proposta.
Em particular, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em uma entrevista coletiva que o reassentamento seria “temporário”.
Os palestinos reivindicam a Faixa de Gaza como parte de um futuro Estado, juntamente com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, de modo que a realocação dos 2 milhões de habitantes do enclave significaria o fim desse conceito como concebido até agora.
*EFE
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