Maduro diz que Bolsonaro e Trump conspiram sua morte
Presidente da Venezuela também incluiu Hamilton Mourão e Iván Duque, da Colômbia, em suposto plano
Gabriela Doria - 12/12/2018 17h38 | atualizado em 12/12/2018 17h41
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta quarta-feira (12) o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, de arquitetar um plano para assassiná-lo, um complô que também envolveria Brasil e Colômbia.
– Hoje venho outra vez denunciar o complô que preparam na Casa Branca para violentar a democracia venezuelana, para me assassinar e para impor um governo ditatorial na Venezuela – acusou Maduro em entrevista coletiva realizada em Caracas.
Maduro disse que “conspiradores” escolheram Bolton, um dos principais assessores do presidente americano, Donald Trump, como “chefe do complô”. O plano teria como objetivo promover um intervenção militar estrangeira na Venezuela, um golpe de Estado, assassiná-lo e impor um conselho de governo transitório no país.
Segundo Maduro, Bolton teria atribuído ao presidente eleito Jair Bolsonaro algumas missões que fariam parte deste plano durante a visita realizada pelo assessor ao Rio de Janeiro em novembro.
A parte de Bolsonaro no complô, conforme Maduro, seria realizar “provocações militares” na fronteira entre Brasil e Venezuela. No entanto, ele não explicou o que seriam as supostas “provocações”.
– Hamilton Mourão fala todos os dias como um ‘presidente paralelo’ no Brasil. Todos os dias fixa a pauta do que vai ser a política desse governo. Todos os dias diz que vai invadir a Venezuela, que o Brasil vai utilizar suas forças militares. É louco! – afirmou Maduro.
Mesmo sem mostrar provas ou evidências, Maduro afirmou que o plano de Bolton para assassiná-lo já está em desenvolvimento e, por isso, várias forças mercenárias e paramilitares estão sendo treinadas na Colômbia.
– O governo de Iván Duque não quer relações diplomáticas, políticas ou de comunicação com o governo legítimo da Venezuela. Ele é cúmplice do plano de Bolton para trazer a violência ao nosso país. Nossas Forças Armadas têm que estar preparadas – denunciou.
Segundo o líder chavista, um grupo paramilitar, batizado como G8, estaria treinando na província colombiana de Norte de Santander. No entanto, não há dados ou materiais que comprovem a existência do grupo.
– Estão treinando 734 mercenários, entre colombianos e venezuelanos, para, em qualquer momento, realizarem ataques a unidades militares na fronteira e iniciar uma escalada de violência para confundir a opinião pública e justificar qualquer outra ação militar contra a Venezuela – declarou o presidente.
*Com informações da Agência EFE
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