Lula chama Bolsonaro de “figura politicamente grotesca”
Presidente manifestou preocupação com crescimento da "extrema-direita" no mundo
Thamirys Andrade - 17/10/2025 12h36 | atualizado em 17/10/2025 13h14

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou preocupação com o cenário político global e afirmou que as últimas eleições ao redor do mundo mostraram que a “extrema-direita” presente na Segunda Guerra Mundial está voltando. Nesse contexto, ele citou diretamente seu rival político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando-o de “figura politicamente grotesca”.
– Como é que se explica uma figura politicamente grotesca como o Bolsonaro virar presidente da República desse país? Como é que se explica outras figuras serem eleitas em outros países da América do Sul e na Europa? – indagou durante a abertura do 16º Congresso do PCdoB, na noite desta quinta-feira (16).
O petista defendeu que a esquerda busque entender onde pode estar errando para que os setores progressistas estejam em retração.
– Qual é a tarefa que nós, militantes de esquerda, temos que fazer? Porque se a gente não discutir isso, a gente não descobre porque a extrema-direita cresceu tanto no mundo e os setores progressistas diminuíram tanto no mundo. Nós precisamos parar para discutir isso. Muitas vezes, a gente costuma jogar a culpa nos outros e a gente não pensa se a gente errou, se a gente não errou, o que a gente deixou de fazer ou não deixou de fazer – argumentou.
Lula ainda lembrou com nostalgia a época em que governou o Brasil tendo diversos nomes de esquerda no comando dos países vizinhos.
– A minha convivência com Michelle Bachelet e com [Ricardo] Lagos no Chile, com [Cristina] Kirchner na Argentina, com Tabaré [Vázquez] e com [Pepe] Mujica no Uruguai, com o companheiro [Fernando] Lugo no Paraguai, com tanta gente… O companheiro [Hugo] Chávez na Venezuela, com o companheiro Evo Morales na Bolívia. Ou seja, isso tudo acabou – lamentou.
Na sequência, o petista mencionou a Unasul (União de Nações Sul-Americanos), organização intergovernamental criada em 2008 para integrar os países da América do Sul. A entidade foi fundada pela Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
A Unasul perdeu força, contudo, com o passar dos anos, e o Brasil anunciou sua saída do grupo em 2019, durante a gestão Bolsonaro. Em 2023, o país voltou a se juntar à organização, sob a administração de Lula.
– Nós tínhamos criado a Unasul, que era o melhor momento político da América do Sul em 500 anos de história. E não é fácil reconstruir, porque a eleição está mostrando que a extrema-direita está voltando – reiterou o petista.
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