Líder da esquerda na França é atingido por trigo durante ato
Insatisfação popular contra políticos franceses já havia sido registrada contra o presidente Emmanuel Macron
Paulo Moura - 19/06/2021 13h49 | atualizado em 19/06/2021 13h58
Principal nome da esquerda radical na França, Jean-Luc Mélenchon foi atingido por um jato de trigo durante uma manifestação realizada em Paris no sábado passado (12). O ex-candidato a presidente do país europeu foi acertado enquanto concedia entrevista no meio de um ato contra a direita, ou seja, de seu próprio espectro político.
Por conta do fato, um homem foi preso e levado sob custódia ainda no final do dia 12. O detido em questão, que já tinha sido sujeito a uma verificação de identidade pouco depois do caso, foi capturado em Issy-les-Moulineaux, uma comuna localizada no subúrbio sudoeste de Paris, por “violência voluntária de pessoa contra autoridade pública”.
Um segundo homem foi preso com ele e também levado sob custódia, de acordo com a promotoria. A investigação foi confiada à Segurança Territorial de Paris. Ainda limpando a farinha que tinha sido lançada sobre ele, Mélenchon disse não saber qual foi motivo do fato.
– Há uma grande tensão. Não sei qual foi o motivo para jogar farinha em mim… É realmente um limiar que foi ultrapassado – afirmou.
Jean-Luc Mélenchon enfariné: notre journaliste témoigne de la scène pic.twitter.com/umfX1GMlQv
— BFMTV (@BFMTV) June 12, 2021
Filósofo de formação, admirador de Hugo Chávez e do partido espanhol Podemos, Mélenchon foi membro do Partido Socialista, o grande partido de esquerda francês, durante 30 anos. Foi Mélenchon quem fundou o partido/movimento político de esquerda La France insoumise (França Insubmissa, em português), pelo qual concorreu à Presidência da França em 2017 e terminou em 4° lugar.
TAPA EM MACRON
No último dia 8 de junho, a insatisfação com políticos franceses já havia sido registrada contra o próprio presidente do país, Emmanuel Macron, que foi alvo de um tapa durante uma visita feita por ele ao sul da França.
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O francês Damien Tarel, que admitiu no tribunal ter batido no rosto de Macron, foi condenado no dia 10 de junho a quatro meses de prisão em regime fechado.