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Kim Jong-Un admite crise na Saúde, mas culpa funcionários

Coreia do Norte negava registros de casos de Covid-19 até então

Pleno.News - 30/06/2021 12h32 | atualizado em 30/06/2021 13h18

Kim Jong-Un, ditador da Coreia do Norte
Kim Jong-Un, ditador da Coreia do Norte Foto: EFE/EPA/KCNA

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, afirmou que a culpa de o país estar passando por uma “grande crise”, em sua luta contra a pandemia, é de erros de funcionários do alto escalão do regime. Apesar da declaração, Pyongyang, capital do país, afirma que não registrou qualquer caso de Covid-19.

Kim mencionou a situação do coronavírus no país durante seu discurso em uma reunião do mais alto órgão político da Coreia do Norte, realizada ontem e informada nesta quarta-feira (30) pela agência de notícias estatal KCNA (Agência Central de Notícias da Coreia). Até agora, o país afirmava ter conseguido manter o patógeno fora de suas fronteiras.

A imprensa oficial de Pyongyang não deu mais detalhes que esclareçam a verdadeira extensão da pandemia na Coreia do Norte, embora tenha ecoado as palavras do ditador comunista, culpando funcionários do partido único norte-coreano pela deterioração da situação nacional.

“UM GRAVE INCIDENTE”
– Ao negligenciar decisões importantes do partido, em sua emergência nacional para combater o vírus, em preparação para uma crise de saúde global, causaram um grave incidente – disse Kim em relação a esses funcionários durante a reunião do comitê executivo do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.

Kim destacou a “incapacidade e irresponsabilidade” dos funcionários do regime como “o principal fator que impede a execução de tarefas importantes”, acrescentando que a “luta”, no nível do partido, “deve ser travada contra falhas ideológicas e outros tipos de fatores negativos”.

A KCNA mencionou que um “relatório” sobre esses erros foi discutido durante a reunião do Politburo, mas sem se aprofundar no assunto.

Pyongyang informou este mês à Organização Mundial da Saúde (OMS) que testou mais de 30.000 pessoas no país, sem detectar uma única infecção por Covid-19 desde o início da pandemia, de acordo com o organismo internacional.

Embora a Coreia do Norte aplique restrições rígidas de fronteira desde janeiro de 2020, as quais reduzem o comércio e a movimentação de pessoas, os especialistas duvidam de que o país tenha conseguido se proteger completamente devido aos seus laços estreitos com a China e à sua infraestrutura de saúde pouco avançada.

MAIOR ISOLAMENTO
No final de 2020, Pyongyang aumentou ainda mais as restrições de fronteira, de modo que suas importações da China (de onde obtém 90% do que compra no exterior) caíram a níveis mínimos, e os problemas de escassez de alimentos que afetam o país se agravaram.

O comércio transfronteiriço pareceu se recuperar em março e abril deste ano, graças ao estabelecimento de centros de logística na fronteira para desinfetar produtos importados, de acordo com observadores do regime.

Contudo, o próprio Kim Jong-Un destacou, durante a reunião plenária do partido único realizada este mês, que serão necessários “esforços” prolongados a nível nacional no contexto do combate à pandemia, o que pode apontar para a manutenção do isolamento do país, apesar de suas graves dificuldades financeiras.

Neste encontro anterior, o ditador admitiu que a situação alimentar na Coreia do Norte “está se tornando tensa”, algo para o que as organizações internacionais presentes no país já alertaram, devido ao prolongado impacto das sanções internacionais, as más colheitas e ao fechamento das fronteiras.

DESCULPA PARA FORTALECER SEU PODER?
Especialistas em assuntos norte-coreanos veem, nas críticas de Kim Jong-Un a funcionários de alto escalão do regime, indícios de uma possível reorganização interna ou mesmo de expurgos, depois que o ditador também mencionou “sérios problemas” no trabalho de membros do partido único, na mencionada sessão plenária de dias atrás.

A sessão anterior do Comitê foi realizada menos de duas semanas após o término da plenária e foi convocada para tratar dos erros cometidos na gestão da pandemia, de acordo com a KCNA.

Nesta última reunião, também foi discutida uma “questão organizacional”, que incluiu a eleição de novos membros do principal órgão político do regime e de um secretário do Comitê Central do partido, segundo a agência estatal, que não especificou as nomeações.

O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, que acompanha de perto os acontecimentos no país vizinho, apontou a possibilidade de a cúpula do regime estar tentando fortalecer o controle do partido e da disciplina interna no quadro excepcional de combate à pandemia, segundo informou um porta-voz da agência de notícias sul-coreana “Yonhap”.

A mesma fonte lembrou que Seul está tentando reunir informações sobre a situação do coronavírus na Coreia Norte, país para o qual o consórcio global Covax planeja a entrega de cerca de 1,7 milhão de doses de vacinas contra a Covid-19, embora esta entrega venha sendo adiada por problemas de abastecimento.

*EFE

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