Jornalistas: Pentágono tira acesso após veículos rejeitarem norma
Novas regras estabelecem limitações rígidas
Pleno.News - 16/10/2025 18h32 | atualizado em 16/10/2025 18h59

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos cancelou as credenciais e o acesso da maioria dos veículos de comunicação nacionais e estrangeiros à sua sede no Pentágono, após a rejeição quase generalizada das novas normas de imprensa, que, segundo os jornalistas, representam um ataque à liberdade de expressão.
Anunciadas em setembro pelo secretário do renomeado Departamento de Guerra, Pete Hegseth, as novas regras estabelecem limitações rígidas ao acesso físico às instalações e ao uso de fontes e levantam a possibilidade de sanções pelo fato de solicitar informações de interesse público sem autorização, mesmo quando estas não forem confidenciais.
Grandes veículos de comunicação americanos, entre eles jornalistas com mais de 30 anos de carreira como correspondentes no Pentágono, entregaram suas credenciais nesta quarta-feira (15), quando expirou o prazo para aceitar as normas, constatou a Agência EFE.
Entre eles estão os jornais The New York Times e The Washington Post, o portal Politico, as agências de notícias Reuters e Associated Press e emissoras de televisão como ABC News, CBS News, CNN e NBC News, incluindo a conservadora Fox News, da qual Hegseth era comentarista antes de ser escolhido pelo presidente americano, Donald Trump, para o cargo de chefe do Pentágono em janeiro.
Na quarta-feira, dezenas de jornalistas esvaziaram seus escritórios no Pentágono, onde historicamente os correspondentes que reportam diariamente tinham locais de trabalho permanentes e acesso a zonas comuns, e caminharam em massa para a saída para mostrar descontentamento com as restrições.
A Agência EFE se recusou a assinar o novo documento de 21 páginas com as novas regras e também teve a credencial de acesso ao Pentágono de seu correspondente retirada.
Até o momento, apenas o canal conservador de TV a cabo One America News aceitou os novos termos.
Os membros da Associação de Imprensa do Pentágono denunciaram as ações do Departamento de Defesa contra “jornalistas que se recusaram a aderir a uma nova política de imprensa devido à sua ameaça implícita de criminalizar as informações sobre segurança nacional e expor aqueles que a assinam a um possível processo judicial”.
A organização, uma das mais antigas do gênero no país, reiterou que “continua comprometida com a cobertura sobre as Forças Armadas dos EUA”, que continuará realizando fora de seus antigos escritórios no Pentágono.
O Departamento de Defesa, o ministério que recebe mais recursos públicos federais, deixou de conceder entrevistas coletivas semanais e de informar em detalhes sobre operações militares de interesse público, como o ataque contra supostas lanchas de narcotraficantes no Mar do Caribe.
*Com informações da Agência EFE
Leia também1 Porta-voz do Exército israelense refuta acusações de genocídio
2 PT sai em defesa da ditadura venezuelana e condena os EUA
3 Além do Uruguai, saiba quais países permitem a eutanásia
4 Dois meses após reunião, Putin e Trump conversam por telefone
5 Portugal endurece lei migratória; veja o que muda para brasileiros


















