Jornalista saudita foi morto em consulado, acusa jornal
Periódico turco afirmou ainda que possui gravações de áudio que comprovam o crime
Camille Dornelles - 17/10/2018 08h29 | atualizado em 17/10/2018 08h32
Nesta quarta-feira (17), o jornal turco Yeni Safak afirmou que possui gravações de áudio sobre o paradeiro do jornalista saudita Jamal Khashoggi. De acordo com o jornal, ele foi torturado e morto dentro do consultado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia.
Segundo a publicação, uma equipe de 15 pessoas chegou a Istambul no dia 2 de outubro, torturou o jornalista decepando seus dedos e depois o decapitou. O jornal não revelou a fonte dessa informação e só menciona um diálogo na suposta gravação de voz, mantido entre o cônsul saudita, Mohammed Otaibi, e os integrantes da equipe.
O Yeni Safak assegura que, na conversa, o cônsul exige aos agentes sauditas que realizassem a execução fora do consulado para não ter problemas, mas estes lhe mandam se calar se quiser “viver quando voltar ao seu país”.
O jornal turco divulga com frequência vazamentos destinados a apoiar a linha do governo turco, mas também foram documentados vários artigos manipulados ou fabricados, inclusive gravações de áudio falsas.
Apesar de a imprensa internacional divulgar há dias supostos vazamentos de integrantes do alto escalão do governo turco a respeito do assassinato de Khashoggi, Ancara, sede do governo turco, se negou a comentar o caso antes do fim das investigações.
O CASO
Jamal Khashoggi, de 59 anos, está desaparecido desde o dia 2 de outubro. Ele era crítico do governo da Arábia Saudita e foi ao consulado para resolver trâmites burocráticos relativos ao seu casamento com uma cidadã turca.
Líderes da Arábia Saudita, da Turquia e dos Estados Unidos já se reuniram algumas vezes para tratar sobre o caso. O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, esteve com o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman nesta terça (16) e afirmou que o país tem um “compromisso sério” para ajudar nas investigações.
*Com informações da Agência EFE
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