Itália fechará fronteiras aos países que proibirem italianos
Ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, alertou que seguirá princípio da reciprocidade
Pleno.News - 01/06/2020 16h22 | atualizado em 01/06/2020 16h27
A Itália, que abrirá suas fronteiras internacionais na próxima quarta-feira (3), alertou que essa medida não atenderá aos países que impõem restrições de entrada aos cidadãos italianos, com base no princípio da reciprocidade.
– Acreditamos no espírito europeu, mas estamos prontos para fechar as fronteiras para aqueles que não nos respeitam – disse o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.
Ele deu declarações durante uma entrevista publicada nesta segunda-feira (1º) no jornal italiano Corriere della Sera.
– As negociações serão abertas em 3 de junho, porque lidar com um Estado estrangeiro enquanto ainda temos regras restritivas é complicado. Acreditamos na colaboração, mas também na reciprocidade. É o espírito que trarei para minhas (próximas) viagens à Alemanha, Eslovênia e Grécia – completou Di Maio.
O chanceler observou ainda que a Itália “se distinguiu pela transparência” e que os dados atuais da pandemia “são muito reconfortantes”.
– Não queremos gerar polêmica, mas se alguém planeja fechar a porta para nós apenas por seus próprios interesses, então responderemos – enfatizou.
Há poucos dias, o governo grego anunciou o primeiro grupo de 29 países cujos cidadãos poderão voar sem restrições para os aeroportos de Atenas e Salônica a partir de 15 de junho, não incluindo a Itália.
Foi então esclarecido que, com base em informações da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA, sigla em inglês), os cidadãos de áreas consideradas “em risco”, embora possam visitar a Grécia, devem ser rastreados e submetidos a uma quarentena de sete ou 14 dias, dependendo se o teste seja negativo ou positivo.
Essas áreas na Itália são as regiões do norte da Emília-Romanha, Lombardia, Piemonte e Veneto.
Os passageiros serão testados na chegada e, se negativos, ficarão em quarentena por 7 dias. Se positivo, a quarentena será de 14 dias.
A medida causou indignação em Veneto, uma região que, apesar de estar ao lado dos mais afetados pela pandemia, conseguiu conter com sucesso a propagação.
A Itália continua superando a epidemia, com uma grande redução diária de mortes e infecções, embora já tenha registrado 33.415 óbitos e 233.019 casos desde o início da crise, em 21 de fevereiro, com o primeiro caso na cidade de Codogno, na Lombardia.
Na próxima quarta, as viagens entre as diferentes regiões italianas também serão liberadas, uma decisão que o ministro da Saúde, Roberto Speranza, advertiu não está isenta de riscos.
– Existe um risco e seria um erro não admiti-lo. É evidente que é um risco que estamos correndo, pois o risco zero não existe no momento e só existirá quando houver uma vacina – alertou ele, em entrevista à emissora de TV italiana Rai.
*Com informações da Agência EFE
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