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Isolado, Macron insiste: ‘França é parte da Amazônia’

Presidente francês foi questionado sobre intenções com a floresta

Gabriela Doria - 24/09/2019 18h42 | atualizado em 24/09/2019 19h08

O presidente da França, Emmanuel Macron Foto: EFE/Charles Platiau

O presidente francês Emmanuel Macron voltou a comentar sobre a situação da Floresta Amazônica durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, que acontece em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Ele afirmou que respeita a soberania dos países, e justificou seu discurso afirmando que a França faz parte da Amazônia.

– Eu respeito a preocupação de Bolsonaro, mas obviamente nós respeitamos a soberania dos países. [Mas] a França é parte da Amazônia, então eu devo ser eficiente em buscar soluções – afirmou à Folha de São Paulo enquanto se deslocava entre reuniões na cúpula do clima da ONU.

Com 83,534 quilômetros quadrados, o território da Guiana Francesa ocupa uma pequena parte da Amazônia, presente em nove países com um total de 8,47 milhões de quilômetros quadrados. O bioma é comumente citado como brasileiro pelo fato de o Brasil possuir 5,5 milhões de quilômetros quadrados da floresta amazônica.

Mais cedo, Macron havia se reunido com a chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes de países amazônicos Iván Duque (Colômbia) e Evo Morales (Bolívia), além do vice-presidente do Suriname, Ashwin Adhin, e ainda do presidente do Chile, Sebastian Piñera, que sediará a próxima COP do Clima da ONU, em dezembro.

A reunião, às margens da cúpula do clima de Nova Iorque, criou uma aliança entre doadores e países amazônicos para recuperar áreas degradadas pelo fogo na Amazônia e prevenir incêndios.

Citando a França e a Alemanha entre os doadores da iniciativa, Macron afirmou que “quanto mais projetos concretos nós tivermos, mais nós vamos investir para combater a destruição da Amazônia”.

– Todo mundo estava aqui. A porta está aberta para Bolsonaro também. Acho importante para Bolsonaro e para o povo brasileiro fazer parte dessa iniciativa – declarou.

Questionado se seguiria com a aliança mesmo sob oposição de Bolsonaro, Macron respondeu que “nós devemos isso ao povo brasileiro e ao resto da humanidade também”.

Segundo ele, a aliança para prevenir incêndios e reflorestar as áreas degradadas é o segundo passo a ser tomado depois de combater o fogo.

– Nós fizemos isso com uma cooperação concreta com Colômbia, Bolívia, todos os países que requisitaram nossa ajuda [no combate a incêndios] – afirmou.

A reunião também contou com ONGs internacionais, representantes das comunidades da Amazônia e os governadores dos estados do Amazonas e do Amapá. Para Macron, a diversidade de representação para além de entes estatais é “um sinal de que podemos fazer uma governança inclusiva”.

Ele também confirmou que o uso do termo “florestas tropicais” em vez de “Amazônia” na reunião foi uma tentativa de evitar atrito com Bolsonaro.

– Sim, mas neste altura de tanta pressão, não poderíamos deixar de ter essa aliança. Todos os líderes estão preocupados e completamente conscientes sobre a importância do tópico. Acho que o propósito final de todo mundo deveria ser o reflorestamento depois do fogo, a prevenção de incêndios e a conservação da floresta amazônica – disse.

*Ana Carolina Amaral/Folhapress

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