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Relatório acusa príncipe saudita pela morte de Khashoggi

Avaliação se baseia no controle de Mohammed Bin Salman sobre o processo decisório no reino

Pleno.News - 26/02/2021 18h30 | atualizado em 26/02/2021 18h31

Príncipe herdeiro saudita aprovou assassinato de Khashoggi, diz inteligência Foto: Reprodução/Twitter

O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, aprovou a operação para assassinar o jornalista Jamal Khashoggi, em 2018, confirmou nesta sexta-feira (26) um relatório escrito pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos.

– Avaliamos que o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman aprovou a operação em Istambul, na Turquia, para capturar ou matar o jornalista saudita Jamal Khashoggi – afirma o documento de duas páginas divulgado pelo Escritório da Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Avril Haines.

O relatório acrescentou que a avaliação se baseia no controle de Bin Salman sobre o processo decisório no reino, bem como no envolvimento direto de conselheiros e membros dos detalhes de segurança do príncipe herdeiro no assassinato, e seu apoio ao uso de medidas violentas para silenciar dissidentes no exterior.

– Desde 2017, o príncipe herdeiro tem controle absoluto sobre as organizações de segurança e inteligência do reino, o que torna altamente improvável que as autoridades sauditas tivessem realizado tal operação sem a autorização do príncipe – destacou o texto.

Ainda segundo a inteligência americana, durante o momento em que o jornalista foi morto, Bin Salman provavelmente estimulou um ambiente no qual seus auxiliares temiam falhar nas tarefas que lhes foram confiadas, dada a possibilidade de serem demitidos ou presos.

– Isso sugere que é improvável que os ajudantes tenham questionado as ordens de Mohammed bin Salman ou empreendido ações sensíveis sem seu consentimento – afirmou o documento.

Os serviços americanos também disseram que a equipe que chegou a Istambul em 2 de outubro de 2018 para matar Khashoggi incluía funcionários que trabalhavam ou estavam ligados ao Centro Saudita de Estudos e Assuntos de Mídia na Corte Real (CSMARC).

Na época, o centro era dirigido por Saud al-Qahtani, identificado pela inteligência americana como um conselheiro próximo de Bin Salman. O diretor afirmou publicamente, em 2018, que jamais tomou decisões sem a aprovação do príncipe.

O esquadrão de ataque também incluiu sete membros da segurança pessoal de Bin Salman, conhecida como Força de Intervenção Rápida, um ramo da Guarda Real Saudita encarregado de proteger o príncipe herdeiro e responder apenas às suas ordens.

Khashoggi, de 59 anos, morava nos Estados Unidos e trabalhava para o jornal The Washington Post. Ele foi um dos principais críticos da família real. Em 2 de outubro de 2018, o jornalista entrou no consulado saudita em Istambul e não saiu vivo. Ele foi morto por um grupo de pessoas, e teve o corpo mutilado e jamais encontrado.

– Acho que há uma série de ações que estão sobre a mesa – declarou aos jornalistas nesta sexta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

O presidente dos EUA, Joe Biden, conversou na quinta-feira (25) por telefone com o rei saudita, Salman bin Abdulaziz, antes da publicação do documento. Entretanto, na nota emitida pelo governo sobre o telefonema, não há menção específica a Khashoggi.

Na Arábia Saudita, oito pessoas foram condenadas pelo assassinato do jornalista e cinco delas foram condenados à morte. Essas sentenças foram depois comutadas para 20 anos de detenção.

*Com informações da Agência EFE

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