Guaidó propõe negociação e defende suspensão de sanções
Opositor de Nicolás Maduro se pronunciou por meio de uma rede social, nesta terça
Pleno.News - 11/05/2021 16h24 | atualizado em 11/05/2021 16h39
O líder opositor venezuelano Juan Guaidó propôs nesta terça-feira (11) um acordo para buscar uma solução para a crise do país, por meio de um processo de negociação que inclui o governo e a possível suspensão de sanções.
Segundo uma mensagem divulgada por Guaidó, o acordo “deve surgir através de um processo de negociação entre as forças legítimas democráticas, o regime e as potências internacionais”.
O opositor defende “o compromisso da comunidade internacional para alcançar a recuperação da Venezuela e oferecer incentivos ao regime, incluindo a suspensão progressiva de sanções, condicionada ao cumprimento dos objetivos fundamentais do acordo”.
La solución para Venezuela es presionar para lograr un acuerdo que nos lleve a atender la crisis y realizar elecciones libres y justas para salvar al país
Unidos y movilizados debemos exigir, buscar espacios de participación y hacer frente a los dilemas que pretenda la dictadura pic.twitter.com/XjRZgba4fc
— Juan Guaidó (@jguaido) May 11, 2021
Na opinião de Guaidó, esse acordo deve ter como objetivo “salvar a Venezuela” e esclarecer que “qualquer negociação que mantenha o que é hoje” ou “que troque espelhos por algumas posições” não vale a pena.
– A Venezuela precisa de um acordo de salvação nacional”, salientou Guaidó.
Para ele, as “forças democráticas”, “os atores que compõem e sustentam o regime”, assim como a comunidade internacional, devem ser incluídos no diálogo.
Ainda segundo Guaidó, o acordo deve ter como pilar básico “a convocação de um calendário de eleições livres e justas”, tanto presidenciais como parlamentares, regionais e municipais, que devem ter “observação e apoio internacional”.
A proposta vai contra o que Guaidó defendeu no ano passado, quando expressou sua constante recusa em sentar-se para negociar com o governo, uma posição que tem gerado atritos entre a oposição, uma vez que vários líderes importantes se mostraram inclinados a fazê-lo.
O presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, iniciou, sob as instruções do presidente Nicolás Maduro, um amplo processo de negociação ao qual se juntaram vários setores políticos e sociais, embora parte do diálogo tenha sido proposto confidencialmente.
O grupo liderado por Guaidó se recusou a participar.
“NINGUÉM CONFIA NA DITADURA”
A este respeito, o líder opositor frisou que “ninguém confia na ditadura” e que a negociação só será possível se houver “maior pressão, tanto nacional como internacional, que garanta um processo de negociação que contemple […] garantias para todos e também mecanismos de responsabilização para o regime, se este tentar novamente fugir de uma solução negociada”.
Nuestro objetivo es salir de la tragedia y recuperar la democracia. En eso debemos mantener el foco.
Nuestro adversario hoy es la brutal dictadura que enfrentamos.
Este es mi mensaje al país: pic.twitter.com/NjNH7Csu3z
— Juan Guaidó (@jguaido) May 11, 2021
Como pontos essenciais para a negociação, Guaidó solicitou ainda que fosse incluído o pedido de “entrada massiva de ajuda humanitária”, bem como vacinas contra a Covid-19.
*Com informações da Agência EFE
Leia também1 Sob Maduro, PIB da Venezuela já caiu 80% desde 2013, aponta FMI
2 Venezuela: Agricultores alertam sobre desabastecimento por falta de diesel
3 Maduro: Governo conseguiu conter avanço da 2ª onda
4 Lula se reúne com embaixadores de Cuba e da Venezuela
5 Venezuela recebe do Unicef 50 congeladores para vacinas contra Covid