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George Soros e o filho receberam “auxílio emergencial” americano

Magnata e diversos outros bilionários foram considerados elegíveis para benefício social

Paulo Moura - 05/11/2021 13h58 | atualizado em 05/11/2021 15h06

George Soros Foto: EFE/Antonio Broto

Durante a primeira onda da pandemia de Covid-19, em março de 2020, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um pacote de ajuda de 2,2 trilhões de dólares (R$ 12,1 trilhões, na cotação atual) chamado CARES Act. O principal ponto da medida foi um pagamento de emergência a mais de 150 milhões de lares americanos, nos moldes do “auxílio emergencial” pago no Brasil.

A medida funcionava da seguinte forma: um total de 1,2 mil dólares (R$ 6,6 mil) era enviado a contribuintes solteiros que relatassem renda de 75 mil dólares (R$ 414 mil) por ano ou menos, em sua declaração de imposto anterior. Já os casados ​​recebiam 2,4 mil dólares (R$ 13,2 mil) se relatassem renda inferior a 150 mil dólares (R$ 828 mil). O dinheiro foi enviado automaticamente para aqueles que se qualificaram.

Entretanto, de acordo com uma reportagem publicada pela agência norte-americana ProPublica, algumas pessoas que possuem bem mais dinheiro do que a faixa de renda máxima exigida pelo governo foram considerados elegíveis para receber o “auxílio”, entre eles o bilionário George Soros e seu filho Robert.

Com uma fortuna de 8,6 bilhões de dólares (R$ 47,5 bilhões), o fundador da Open Society Foundations, e financiador de pautas defendidas pela esquerda, recebeu o cheque governamental. Seus assessores informaram que o valor foi devolvido, mas o que chamou a atenção foi o fato de Soros e o filho terem sido considerados elegíveis, mesmo tendo uma quantidade tão extensa de recursos.

De acordo com a ProPublica, ao menos 18 bilionários receberam os pagamentos sociais, que foram financiados pelos contribuintes dos EUA. Além deles, centenas de outros ultrarricos também receberam cheques.

O que ocorreu, na prática, foi que os bilionários declararam uma renda tributável bem menor do que aquela que era exigida para se encaixarem nos critérios do benefício. Segundo a ProPublica, isso teria ocorrido depois de eles usarem baixas contábeis de negócios, um mecanismo de dedução, para eliminar seus ganhos.

Ao todo, a agência encontrou 270 contribuintes que divulgaram coletivamente 5,7 bilhões de dólares (R$ 31,5 bilhões) em receitas, de acordo com sua declaração de imposto anterior, mas que conseguiram aplicar deduções em uma escala tão grande que se qualificaram para os cheques do benefício social.

Timothy Headington, um magnata do petróleo, desenvolvedor imobiliário e produtor executivo de filmes como Argo e Guerra Mundial Z, por exemplo, teve uma receita de 62 milhões de dólares (R$ 342 milhões) em 2018. Mas, depois de 342 milhões de dólares (R$ 1,89 bilhão) em baixas contábeis, seu resultado final foi de 280 milhões de dólares (R$ 1,55 bilhão) negativos.

Esses dados, de acordo com a agência, revelam uma distorção nas declarações de renda nos Estados Unidos. Como a maioria dos americanos tem boa parte dos ganhos obtidos por meio de salários, considerados como renda tributável, eles precisam buscar meios de deduzir o valor devido ao fisco, se não quiserem onerar seus orçamentos com o imposto de renda.

Os contribuintes mais ricos, porém, têm pouca, ou quase nenhuma, parte de suas rendas composta por salários. Apenas 82 milhões de dólares (R$ 454 milhões), ou 1,4%, dos 5,7 bilhões de dólares (R$ 31,5 bilhões) de arrecadação dos ultrarricos vieram na forma de salários. Além disso, eles podem aproveitar uma veia de deduções particularmente generosa: empresas que possuem.

Essas companhias têm a capacidade de zerar os ganhos dos bilionários, mesmo nos próximos anos, ao contrário de outras deduções, como doações para a caridade. Setores como o imobiliário ou o de petróleo e gás são fontes conhecidas de benefícios fiscais que podem gerar perdas de papel, mesmo para um negócio de sucesso, o que reduz drasticamente a renda tributável.

Outra fonte de ​​deduções fiscais nos Estados Unidos são as equipes esportivas. Diversos donos de times norte-americanos foram beneficiários de pagamentos do auxílio. Com uma fortuna de 5,7 bilhões de dólares (R$ 31,5 bilhões), Terrence Pegula, dono do Buffalo Bills, da liga de futebol americano, e do Buffalo Sabres, da liga de hockey, foi um dos que recebeu o auxílio.

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