Leia também:
X EUA criticam bombardeiros russos na Venezuela

Futuro chanceler: ‘Brasil sairá do Pacto Global para Migração’

Ernesto Araújo disse que imigração é "bem-vinda", mas não deve ser indiscriminada

Jade Nunes - 11/12/2018 07h33 | atualizado em 11/12/2018 09h15

O futuro ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Fraga Araújo Foto: Agência Brasil/Valter Campanato

Ernesto Araújo, designado ministro de Relações Exteriores pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira (10) que o Brasil deixará o Pacto Global para Migração por ser “um instrumento inadequado para lidar com o problema”.

O Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular da ONU foi aprovado na cúpula realizada na cidade marroquina de Marraqueche em meio a pedidos por uma cooperação multilateral para enfrentar um fenômeno de dimensão global.

O futuro chanceler, que trabalha há dois anos como diretor do Departamento para Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty, fez o anúncio nesta segunda através de três mensagens consecutivas publicadas nas redes sociais.

– O governo Bolsonaro se desassociará do Pacto Global de Migração que está sendo lançado em Marraqueche, um instrumento inadequado para lidar com o problema. A imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país – afirmou o diplomata na sua conta no Twitter.

Nas mensagens, o futuro chanceler assegurou que a imigração é “bem-vinda”, mas não deve ser indiscriminada e por isso deve contar com critérios que garantam “a segurança tanto dos migrantes como a dos cidadãos” do país que os acolhe.

Neste sentido, Araújo destacou que o Brasil buscará um “marco regulatório” que seja compatível com a realidade brasileira e com o bem-estar dos brasileiros e dos cidadãos estrangeiros.

O futuro chefe da diplomacia também garantiu que o Brasil continuará acolhendo os venezuelanos que “fogem do regime Maduro”, mas acrescentou que “o fundamental é trabalhar pela restauração da democracia” nesse país.

O anúncio de Araújo contradiz a mensagem enviada na semana passada pelo Itamaraty, quando anunciou que Aloysio Nunes Ferreira lideraria a delegação do Brasil no evento multilateral.

Na nota, a chancelaria afirmou que o Pacto “é o marco de cooperação mais amplo já criado para a governança global dos fluxos migratórios internacionais” e “será de grande importância para a garantia de tratamento digno aos mais de três milhões de brasileiros que residem no exterior”.

O pacto, que despertou a desconfiança de vários países desde o momento de sua elaboração, foi aprovado por aclamação entre tímidos aplausos e sem grande entusiasmo por parte dos presentes.

Países receptores de imigrantes, como Austrália, Itália, Israel e um numeroso grupo dos centro-europeus, além de latino-americanos como República Dominicana e Chile, se retiraram do pacto, enquanto os Estados Unidos se opuseram desde o princípio.

*Com informações da Agência EFE

Leia também1 EUA criticam bombardeiros russos na Venezuela
2 Odebrecht irá devolver dinheiro ao governo do Peru
3 Olavo de Carvalho critica crimes em Cuba e Venezuela

Siga-nos nas nossas redes!
WhatsApp
Entre e receba as notícias do dia
Entrar no Canal
Telegram Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
O autor da mensagem, e não o Pleno.News, é o responsável pelo comentário.