Franceses protestam nas ruas pela 7ª vez contra reforma
"Macron se comporta como um imperador, ridiculariza o povo", disse um manifestante
Pleno.News - 12/03/2023 09h23 | atualizado em 13/03/2023 12h46
Neste sábado (11), os franceses voltaram às ruas, embora em menor número, para protestar pela sétima vez contra a reforma previdenciária do governo de Emmanuel Macron. A proposta é rejeitada pelos sindicatos, que pedem uma “consulta” enquanto o projeto de lei avança aceleradamente no Senado.
– O que mais há a fazer? – questionou Philippe Martinez, líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT).
Os manifestantes percorreram as ruas de Paris, durante a tarde, da Place de la République até a Place de la Nation.
Os protestos se replicaram por todo o país, acompanhados de paralisações com efeitos sentidos durante toda a semana – especialmente desde o dia 7, quando ocorreu o último grande dia das manifestações nacionais – em setores como transportes públicos, tráfego aéreo, energia e coleta de lixo, que tem se acumulado nas ruas de cidades há dias.
Os sindicatos procuraram deixar claro, neste sábado, que a agitação popular sobre a reforma persiste, mas as manifestações tiveram menos adesão do que em outras ocasiões.
De acordo com a CGT, 300 mil pessoas se manifestaram neste sábado em Paris, 200 mil a menos do que da última vez que se realizaram protestos em um sábado, 11 de fevereiro.
O Ministério do Interior reduziu a participação para 48 mil pessoas na capital e calculou em 368 mil o número de manifestantes em nível nacional. Esse último número, para os sindicatos, ultrapassou 1 milhão.
– Hoje a única coisa que podemos dizer é: se (Macron) está tão seguro de si mesmo, que consulte o povo francês – desafiou o líder da CGT.
A declaração foi uma resposta à posição imóvel adotada pelo presidente francês diante das exigências dos sindicatos, que nesta semana pediram, sem sucesso, para serem recebidos no Palácio do Eliseu.
Laurent Berger, secretário-geral da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), também de Paris, o acusou de “negar o movimento social”.
Berger defendeu também uma consulta ao povo francês – que segundo pesquisas é contra o projeto por uma clara maioria – e advertiu o governo que “por brincar com fogo o torna tolo”.
Pessoas de todas as idades protestaram em Paris, incluindo famílias com crianças e cartazes questionando que, neste ritmo, os seus filhos não se aposentarão até os “80 anos de idade”.
– Macron se comporta como um imperador, ridiculariza o povo – disse Eric Le, um aposentado francês que protestou em solidariedade aos jovens e que acusava o Executivo de governar para os ricos e grandes negócios.
*EFE
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